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A lenda da televisão, dos signos e das estrelas

Não é novidade que os povos da América Latina são devotos e vêem na fé uma força fundamental para enfrentar o dia-a-dia. Mas a religião não é a única fonte desta força sobrenatural e a prova disso está no documentário da Netflix “Mucho Mucho Amor - A lenda de Walter Mercado”.

Ainda que este nome possa não ter qualquer significado para nós, portugueses, para a população onde o espanhol é a língua dominante, Walter Mercado é facilmente reconhecido. Nascido em Porto Rico, estudou para ser farmacêutico, começou a sua carreira como ator, mas foi na astrologia que encontrou o sucesso.

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Foi nos anos 90, quase por acaso, que Mercado apresentou o seu primeiro segmento de previsões astrológicas. Pouco tempo depois, tinha o seu próprio programa de 1 hora, em que revia todos os signos, falava dos astros e dava conselhos a quem o via. Rapidamente este se tornou num fenómeno que agarrava famílias inteiras à televisão e que passava as fronteiras do seu país. Walter Mercado fez sucesso em toda a América Latina, e o seu trabalho acabou mesmo por estar em transmissão nos Estados Unidos durante quase 20 anos.

Para além da aura positiva e radiante que circundava a figura do vidente, a sua adoração e sucesso foram muito importantes para a própria cultura desses países. Walter vestia-se com roupas exuberantes, tinha um aspeto feminino e sempre se apresentou como assexuado, mas isso não foi um entrave à sua adoração, para os povos mais conservadores.

  • Ler sempre as letras pequeninas: Uma grande parte do documentário dedica-se a explicar o desaparecimento repentino de Mercado da televisão, quando se encontrava no seu melhor momento. A razão? Um contrato assinado sem ser devidamente lido.
  • “Ligue Djá”: No auge da sua carreira, Walter Mercado tinha uma equipa de videntes e astrólogos que o apoiavam numa linha de atendimento personalizado. O serviço acabou por chegar a fazer sucesso no Brasil e a barreira linguística não foi um problema. Lá, Walter Mercado é mais conhecido como “o senhor do Ligue Djá”, expressão utilizada no anúncio televisivo.
  • Um nome que não será esquecido: Em 2019, o astrólogo faleceu aos 88 anos. Conforme dito no final do documentário, esta é uma personalidade recordada com carinho por todas as idades, dos mais velhos às gerações mais novas.

Há quem não queira que saibas, mas eles contam-te

Se, por um lado, sempre houve quem se dedicasse a construir as suas teorias da conspiração, mais credíveis ou mais absurdas, o mundo da internet ajudou a que estas novas ideias se espalhassem. Para os que também são fãs destas histórias, ou para os curiosos que gostam de refletir sobre eventos sem aparente explicação, o podcast “Stuff They Don’t Want You To Know” vai ser uma boa fonte de entretenimento.

Lançado em 2008, foi um dos podcasts criados pelo site de entretenimento americano HowStuffWorks. Atualmente produzido pela iHeartRadio, os episódios de “Stuff They Don’t Want You To Know” são apresentados por 3 hosts, Ben Bowlin, Matt Frederick e Noel Brown, e resultam de uma fusão entre histórias populares, teorias da conspiração e notícias da atualidade, que são analisadas, postas à prova e refutadas.

Há novos episódios semanais e todos eles falam sobre diferentes situações. Entre os temas abordados estão as famosas teses sobre objetos voadores não identificados, a legitimidade dos poderes psíquicos ou até mesmo as estratégias de contenção de vários governos.

  • Uma tentativa de videocast: Em 2012, ainda sob o domínio do site “HowStuffWorks”, o podcast aderiu à plataforma YouTube numa tentativa de reinventar os segmentos de cada episódio com uma componente visual. Atualmente, o canal de YouTube está parado, os episódios apenas são disponibilizados em formato áudio, mas ainda é possível ver ou rever mais de 400 vídeos sobre teorias da conspiração.
  • O “ban” do TikTok: Uma das apps mais utilizadas do momento tem sido alvo de algumas controvérsias depois de ter sido banida na Índia e de surgirem rumores de que os outros países, uma lista onde estão incluídos os Estados Unidos, pretendem seguir o mesmo caminho. Este foi um dos assuntos abordados no último episódio do podcast, que podes ouvir aqui.

Em 2540, as filas de supermercado são para selvagens

2540 é daqui a 520 anos, mas já há quem consiga prever como é que o mundo poderá evoluir. Uma nova realidade onde reina a tecnologia. Uma nova realidade onde a sociedade está dividida por classes, que tem como elite os Alfa e os Beta. Uma nova realidade em que as pessoas são vistas como partes integrantes do corpo social, praticando relações sexuais com diferentes parceiros para o bem da sociedade.

Esta é parte da previsão feita pelo livro “Brave New World” de Aldous Huxley, publicado em 1932, e adaptado agora para uma série com o mesmo nome, cujo título é traduzido para “Admirável Mundo Novo” em português. A série conta-nos a história de um futuro distópico onde as ideias de privacidade, família e monogamia não estão presentes.

Ficamos a conhecer Nova Londres, a cidade que serve de cenário de fundo ao enredo, onde as diferentes classes trabalham de forma sincronizada para que nada falhe. Ali, todos os movimentos são monitorizados, todas as pessoas vivem ligadas por um sistema tecnológico chamado Indra e vivem aparentemente felizes, um sentimento muitas vezes proporcionado por um comprimido chamado Soma.

Mas neste novo mundo também há espaço para entretenimento para além do sexo. Num híbrido entre um parque de atrações e um jardim zoológico está a Savagelands, uma terra primitiva que pode ser visitada, e onde as pessoas podem ver o pior lado da humanidade: a monogamia, a superstição e a miséria do ‘mundo antigo’.

  • Os americanos selvagens: Se, por um lado, a cidade principal da história se chama Nova Londres, e se apresenta como uma versão futura da cidade que conhecemos atualmente, a Savagelands é mostrada como o futuro dos Estados Unidos, onde os visitantes podem assistir a cenários selvagens caóticos marcados pela violência em supermercados ou hospitais, por exemplo.
  • Onde ver: Os 9 episódios da primeira temporada da série estão disponíveis na HBO Portugal. Espreita aqui o trailer.
  • A fórmula quase perfeita: Como acontece várias vezes quando as histórias passam do papel para o ecrã, o enredo do livro sofreu algumas alterações na série. Mas esta não é a primeira vez que “Brave New World” ganha vida. Nas últimas décadas, houve algumas tentativas de adaptação e este artigo do The Ringer ajuda a perceber porque é que é tão complicado arranjar a fórmula perfeita que faça justiça ao livro.

Créditos finais

  • “É Desta Que Leio Isto”: É já no próximo dia 23 que o clube de leitura se volta a reunir para discutir mais um livro. Desta vez, em cima da mesa vai estar “A Máquina de Fazer Espanhóis” de Valter Hugo Mãe. Queres saber como podes participar? Descobre aqui.
  • “A maldição Glee”: Numa altura em que os fãs de “Glee” ainda estão a processar a morte da atriz Naya Rivera, que deu vida à personagem Santana Lopez, a Rita Pinto Coelho recorda num artigo para o SAPO24 as tragédias que marcam o elenco da série.
  • “As If!”: Calças descaídas, telemóveis com antenas e combinações de cores e padrões extravagantes são alguns dos detalhes que nunca vamos esquecer quando se fala de “Clueless”. O filme celebrou nos últimos dias 25 anos e neste artigo publicado no SAPO24 relembrei este chick flick.

Tens recomendações de coisas que eu podia gostar? Ou uma review de um dos conteúdos que falei? Envia para mariana.santos@madremedia.pt

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