Gravado entre 2018 e 2019, entre Arouca e o Porto, “Endless Voyage” foi lançado, na sexta-feira, em versão digital, CD e vinil, em quatro cores diferentes, pela editora britânica Stolen Body Records e a Only Lovers Records, no que foi a terceira parceria entre a editora francesa e a banda portuense.
As bases do disco começaram “pelo lado instrumental” e o conceito narrativo chegou depois, pela vontade de “fazer uma coisa diferente” e desconhecida para a banda.
“Vamos criar um conceito, uma história, e vamos fazer com que o álbum todo siga essa história. Vivemos um momento um bocado assombroso, em que não sabemos o que vem a seguir, pode ser uma guerra nuclear, um desastre, também as alterações climáticas… depois, foi espelhar a realidade na ficção”, afirma Carlos de Jesus, guitarrista e vocalista de uma dupla em que faz par com Carol Brandão (bateria e voz).
Perante uma realidade desoladora, o álbum conceptual debruça-se sobre um vilão, chamado Studiomaster, descrito na apresentação como “uma entidade misteriosa que ceifa as mentes decadentes da Humanidade e perverte o seu sentido de realidade”.
“Tentámos criar dois lados para a história, de um lado as guitarras, as baterias e o baixo, e depois os sintetizadores, que é a versão do vilão, a dizer que está tudo bem, não se passa nada. Quisemos jogar com esse contraste. (…) Começámos a lutar, um contra o outro, até que no fim acabámos por nos tornar aquilo que não queremos ser”, no caso uma máquina como Studiomaster, acrescenta Carlos de Jesus.
Ao longo de 12 músicas, e “40 minutos certos”, desenrola-se uma narrativa que foi deixada propositadamente “ambígua, para ter várias interpretações”.
Uma delas foi explorada por Afonso Marmelo, num trabalho de vídeo sobre “Dreamweaver” e “Oscillations”, faixas que ajudam a contar a história e que, aqui, receberam um tratamento à “imagem que ele tem do álbum”.
Para 2020, o plano de concertos passa por tocar em Portugal até abril, com vários concertos já marcados em cidades como Braga, Vila Real, Guimarães, Barreiro ou Lisboa, antes de passarem dois meses a “tocar na Europa”, regressando antes de experimentar, no fim do ano, “sítios novos”, que podem passar “por voltar à África do Sul ou à Europa”.
Carol Brandão e Carlos de Jesus formaram os Sunflowers em 2014, tendo editado nesse ano o EP de estreia, homónimo e gravado em casa.
O segundo EP, “Ghosts, Witches and PB&Js”, chegou um ano depois e o álbum de estreia, “The Intergalactic Guide to Find the Red Cowboy”, foi editado em 2016, em formato digital, vinil e cassete.
No início de 2017, a dupla assinou um contrato com a editora francesa Only Lovers, com vista à reedição do álbum e a uma série de concertos em França, a que se seguiu “Castle Spell”, em 2018.
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