Escrita pelo inglês Charlie Brooker, “Black Mirror” é uma série de televisão britânica de antologia (cada episódio conta uma história diferente e vive por si) que pega em vários domínios e questões sociais contemporâneas, normalmente com episódios passados em distopias de um futuro próximo num estilo ficção científica, tipo ficção especulativa.
No fundo, pega em conceitos e tecnologias do mundo real e conjuntura uma data de cenários (muitas vezes aterradores) do que pode muito bem vir a ser o nosso dia-a-dia daqui a uns anos. Como explica este artigo da Collider, que elaborou um ranking com os melhores episódios da série segundo o IMDb, Brooker olha para o futuro próximo para dar um empurrãozinho no presente.
Criada para o Channel 4 britânico (entre muitas outras coisas, o canal exibiu “Shameless” ou “Skins”), foi para o ar em dezembro de 2011 e fevereiro de 2013 (duas temporadas de três episódios), sendo os direitos depois adquiridos pela Netflix e “rebrandizada” como um original da plataforma — que tem sido a sua casa desde então e onde foram lançadas as quatro temporadas seguintes.
Além da série, em 2018, saiu também um filme interativo chamado “Black Mirror: Bandersnatch”. Realizado por David Slade (“Hard Candy” e “The Twilight Saga: Eclipse), o filme deixa o espectador tomar as rédeas da história e escolher se Stefan, a personagem principal, deve ou não tomar a sua medicação ou que tipo de cereais deve comer — e até se deve ou não matar o pai.
Ao todo, a série tem seis temporadas e 27 episódios. A sexta, e que nos traz aqui hoje, estreou esta quinta-feira, dia 15 de junho, e as cinco novas histórias prometem fazer aquilo que tem sido feito até agora: expor de forma satírica os problemas da sociedade moderna, suscitando debate sobre as potenciais consequências do nosso mundo cada vez mais orientado (dependente?) para a tecnologia.
- Curiosidade: O primeiro episódio de todos, "The National Anthem", esteve na origem de inúmeras discussões sobre o controverso conceito disruptivo da série. O autor? Jesse Armstrong, criador de “Succession”. A história gira em torno do primeiro-ministro inglês (Rory Kinnear), que é colocado, digamos, numa situação difícil, depois de uma rapariga da família real ser raptada. Forçado a fazer algo para recuperar a jovem, é obrigado a sodomizar publicamente um porco - desculpem os termos, mas é o que realmente acontece - para salvar a vítima.
Sobre a última temporada, Charlie Brooker diz ser a mais “imprevisível de sempre”.
"Sempre achei que Black Mirror devia apresentar histórias totalmente distintas umas das outras e continuar a surpreender as pessoas - e a mim próprio. Se assim não fosse, qual é que seria o propósito? Deve ser uma série que não pode ser facilmente definida e que pode continuar a reinventar-se", disse ao Tudum, o site oficial de notícias sobre tudo o que é Netflix.
Se a série continua ou não a surpreender ou até a manter a frescura que lhe valeu seis Emmys e muitos elogios, fica para cada um decidir. Mas uma coisa é certa: o elenco está repleto de talento e nomes bem conhecidos: Aaron Paul (“Breaking Bad”), John Hartnett (“Penny Dreadful”), Annie Murphy (“Schitt's Creek”), Salma Hayek Pinault (“Frida”), Zazie Beetz (“Atlanta”), Rooney Mara (“A Teacher”) ou Himesh Patel (“Yesterday”) são só alguns dos atores que nos vão acompanhar na jornada.
Nos créditos finais do episódio, rubrica em que damos sugestões do que ver, ler e ouvir, falamos de:
- Os Traidores (SIC / Opto)
- Flamin’ Hot: A História dos Cheetos Extra Picantes (Disney+)
- Tour de France: No Coração do Pelotão (Netflix)
- Naked. Loud. Proud. (HBO Max)
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