A Camisola Poveira vai ser promovida pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim numa loja ‘pop-up’ da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) com designers não só de moda, mas das áreas de joalharia, acessórios ou cerâmicas e decoração de interiores.
Tradicionalmente associada às tradições piscatórias da Póvoa de Varzim, a camisola feita de lã branca de fio grosso, decorada com motivos a ponto cruz, ganhou um interesse renovado este ano após uma polémica com a estilista norte-americana Tory Burch, que criou um artigo muito semelhante e o promoveu como produção própria.
O incidente ganhou dimensão mediática e, apesar de a empresária ter admitido o erro e retirado o artigo das suas plataformas de venda, está a ser promovida uma ação judicial, interposta pelo Estado Português nos tribunais dos Estados Unidos, contra a estilista, com um pedido de indemnização pelos danos causados por alegada apropriação abusiva do património local e nacional.
A tradição da manufatura portuguesa vai ser demonstrada ao vivo na “loja" da ANJE, sendo os visitantes desafiados a participar em bordados artesanais e técnicas de tecelagem, bem como na produção de peças e têxteis feitos à mão.
A "Local Goes Global Pop-Up Store” repete uma primeira experiência durante a Semana da Moda de Paris, em junho, e pretende "posicionar o mercado nacional como lider em moda sustentável”.
Marcelo Almiscarado, Pilar de Rio, Rafaeloferreira, Unflower, MariJoy, Mesh Jewellery, The Isolette, Le Trap, Venus Has a Garden, My Travelling Socks, Quintal de Flor, Killa Was Here, Miss Fischer, Mustique, Nazareth, Non Collective, HillBea, Bento, Life is a Mesh e Alma são outras das marcas e criadores presentes no espaço.
Noutro evento à margem do programa oficial, a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal organiza, no sábado, na Embaixada de Portugal no Reino Unido, na capital britânica, uma apresentação dedicada especificamente à joalharia portuguesa.
Arte Nova Jewellery, Cinco, Fiordy Studio, Joana Mota Capitão Jewellery, Mesh Jewellery e Museu da Filigrana vão explorar oportunidades no mercado britânico e internacional, aproveitando a exposição oferecida pela Semana da Moda de Londres.
Igualmente para sábado está marcada a apresentação da coleção feminina primavera-verão da Marques’Almeida, a única presença portuguesa no calendário oficial do evento.
A marca diz continuar a caminhar no sentido de concretizar os valores de responsabilidade ambiental e social a que se propôs no ano passado.
A roupa é feita localmente, essencialmente em Portugal, com ganga de algodão reutilizado, usando fibras biodegradáveis, tecidos feitos de resíduos plásticos do oceano reciclados e sem fibras à base de petróleo.
O tingimento também pretende ser sustentável, a partir de resíduos e sem o uso de processos químicos poluentes, sendo a ambição que no futuro próximo use apenas técnicas baseadas em plantas.
Marques'Almeida é uma das 130 marcas internacionais que participam nesta edição da Semana da Moda de Londres, ao longo de seis dias, até terça-feira.
Embora marcado pela ausência de alguns nomes mais conhecidos, como Vitoria Beckham e Burberry, o programa inclui vários estilistas já estabelecidos e outros emergentes, nomeadamente Simone Rocha, RIXO, Richard Quinn, Supriya Lele, Nensi Dojaka e Harris Reed.
O regresso aos desfiles e ações físicas, suspensos desde o início da pandemia de covid-19, representa uma oportunidade para a recuperação deste setor.
Um estudo da Federação das Indústrias Criativas publicado recentemente indica que, com investimento, podem crescer mais de 26% até 2025, e contribuir com 132,1 mil milhões de libras (155 mil milhões de euros) e criar 300.000 novos empregos.
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