Depois de ter sido apresentada na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2016, a exposição, com curadoria de Nuno Grande e Roberto Cremascoli, será apresentada no CCB em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGArtes), responsável pela organização da representação oficial portuguesa.
O tema central é o trabalho de Álvaro Siza no domínio da habitação social, abarcando os seus projetos em diferentes contextos, nomeadamente no Campo di Marte, em Veneza, o Schlesisches Tor, em Berlim, o Schilderswijk West, em Haia, e o Bairro da Bouça, no Porto.
A exposição documenta igualmente o regresso do arquiteto português - que recebeu o Leão de Ouro de Veneza em 2012 - aos quatro bairros, em 2016, neles confrontando-se com fenómenos como a imigração, a ‘guetoização’, a turistificação e a gentrificação das cidades.
Maquetes, fotografias, textos e cartas integram esta exposição, dividida em três núcleos.
O projeto de loteamento de habitação social que Siza Vieira desenhou há mais de 30 anos para o Campo di Marte, cuja construção ficou incompleta, já foi alvo do lançamento do concurso para a continuação e conclusão da edificação.
Na exposição, é feita uma ligação entre os projetos para a mesma habitação social idealizados por Siza e pelo arquiteto italiano Aldo Rossi, com quem partilhava ideias comuns, nomeadamente quanto às questões da vizinhança cidadã e multicultural.
Álvaro Siza tem vindo a trabalhar estas noções, em contacto, entre outras, com a cultura arquitetónica italiana, e em particular com o legado conceptual e ideológico de Aldo Rossi, cujo ensaio “A Arquitetura da Cidade” fez 50 anos em 2016.
A 15.ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que decorreu de 28 de maio a 27 de novembro do ano passado, com o título "Reporting from the front", contou com curadoria do arquiteto chileno Alejandro Aravena, recém-distinguido com o Prémio Pritzker de arquitetura, que defende a importância da arquitetura no aumento da qualidade de vida das pessoas.
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