"Não estou à procura de um cessar-fogo, estamos à procura de algo melhor do que um cessar-fogo", disse Trump aos jornalistas, pouco antes de retornar aos Estados Unidos após uma reunião da cimeira do G7, no Canadá.

O presidente enfatizou que deseja que o Irão "ceda completamente", e esclareceu o seu apoio total a Israel. Ambiciona um "fim real, não um cessar-fogo", que passe pela negociação do poder nuclear e pelo fim dos bombardeamentos.

Ataques e ciberataques em Teerão

Esta terça-feira um ataque cibernético paralisou o Banco Sepah, um dos principais bancos estatais do Irão, informou a agência de notícias Fars, num momento de escalada militar entre o país e Israel.

"Há uma hora, um ataque cibernético afetou a infraestrutura do Banco Sepah, causando interrupções nos serviços online da instituição", afirmou a agência Fars.

Na segunda-feira, a televisão estatal foi bombardeada, e os relatos em Teerão são de destruição e medo.

Em resultado, mais de 600 estrangeiros saíram do Irão e entraram no vizinho Azerbaijão, informaram as autoridades do governo em Baku.

"Desde o início da escalada militar entre Israel e o Irão, mais de 600 cidadãos de 17 países deixaram o Irão e entraram no Azerbaijão", afirmou uma fonte do governo à AFP.

A fonte acrescentou que "as pessoas são transportadas da fronteira até ao Aeroporto Internacional de Baku, de onde viajam para seus países em voos internacionais".

Entre as pessoas que utilizaram a rota há cidadãos da Rússia, Alemanha, Espanha, Itália, Estados Unidos, Portugal, China, Vietnã e Emirados Árabes Unidos. Os portugueses já estão identificados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que garantiu aos jornalistas estar a mobilizar todos os esforços para concluir a operação e retirar as pessoas em segurança.

O Azerbaijão fechou as fronteiras terrestres em 2020 devido à pandemia e, desde então, manteve-as fechadas. No entanto, "o Azerbaijão abriu temporariamente a fronteira para aqueles que estão a sair do Irão, considerando as necessidades de evacuação", destacou a fonte governamental destacou.

O Turcomenistão, um dos países mais fechados do mundo, afirmou que permitiu o trânsito de 120 pessoas que deixaram o Irão no seu território, principalmente cidadãos de países da Ásia Central.

E a morte em Gaza

Em Gaza, a Defesa Civil noticiou mais 51 mortes de pessoas que estavam reunidas perto de um centro de distribuição de ajuda, no sul do território palestiniano.

O porta-voz do organismo de resgate, Mahmud Bassal, declarou à AFP que mais de 200 pessoas ficaram feridas no incidente, que aconteceu quando milhares de palestinianos se reuniram para receber alimentos em Khan Yunis.

"Drones israelitas dispararam contra as pessoas. Minutos depois, tanques israelitas lançaram vários projéteis (...) o que causou um grande número de mártires e feridos", afirmou.

O Exército israelita disse à AFP que está "a analisar" o incidente.

O Ministério da Saúde de Gaza indicou que, como resultado, contabilizaram-se "51 mártires e mais de 200 feridos, entre eles 20 em estado crítico, que foram levados para o Complexo Médico Naser".

Há mais de 20 meses, a Faixa de Gaza tem sido devastada pela guerra entre Israel e o movimento islamista palestiniano Hamas.

O Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas afirmou na segunda-feira que 5.139 pessoas morreram desde que Israel retomou os bombardeamentos em 18 de março, após o colapso de uma trégua de quase dois meses.

O conflito começou no dia 7 de outubro de 2023 com o ataque surpresa do Hamas no sul de Israel, que deixou 1.218 mortos do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Os militares também sequestraram 251 pessoas.

O balanço da campanha militar israelita em Gaza supera mais de 55.400 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde.