Tim Hecker apresentará o álbum "Konoyo", editado na semana passada, e no grande auditório da Culturgest estará acompanhado de um 'ensemble' composto pela artista Kara-Lis Coverdale e por músicos do grupo japonês Tokyo Gakuso, que se dedicam à música tradicional do Japão (gagaku).
Entre a eletrónica do Ocidente e a tradição do Japão, Tim Hecker criou "uma ponte emocional única entre duas culturas e dois tempos distantes", refere a Culturgest a propósito desta atuação, que também assinala os 25 anos de criação da casa da cultura ligada à Caixa Geral de Depósitos.
Esta é a primeira programação delineada pelo novo diretor artístico - e um dos administradores - da Culturgest, o belga Mark Deputter, sucessor de Miguel Lobo Antunes.
Na apresentação da temporada aos jornalistas, Deputter explicou que a programação pretende espelhar "uma presença mais ou menos equilibrada entre todas as formas de arte", das artes visuais ao teatro, da música às conferências e às artes performativas.
"Vamos procurar um grande público para aquilo que programamos", explicou.
Ainda no âmbito dos 25 anos da Culturgest, a programação acolhe no sábado o projeto Bal Moderne, criado por Michel Reilhac para proporcionar tardes dançantes para o público e que também está a celebrar o 25.º aniversário.
Ainda neste mês, a coreógrafa Anne Teresa de Keersmaeker regressa a Lisboa para a apresentação de uma das suas maiores obras, "Os Seis Concertos Brandeburgueses" para obra de Bach, com interpretação de 18 bailarinos, direção musical de Amandine Beyer e a presença da B'Rock Orchestra.
Duas exposições inéditas são inauguradas no dia 20 de outubro associadas ao aniversário: uma retrospetiva do venezuelano radicado em Portugal Juan Araújo e uma autobiográfica do franco-argelino Kader Attia.
Na área da dança, da temporada destacam-se ainda "Happy Island", da coreógrafa espanhola La Ribot com a realizadora Raquel Freire e a companhia de dança inclusiva Dançando com a Diferença, e a estreia de "Crowd", da criadora francesa Gisèle Vienne.
No teatro, sublinha-se o regresso a Portugal, em 2019, do grupo alemão Rimini Protokoll com o espetáculo "100% Lisboa", que será interpretado por uma centena de habitantes de Lisboa, escolhidos consoante as estatísticas demográficas da cidade. Antes de Lisboa, o grupo apresentará, no Teatro Municipal do Porto, a versão "100% Porto".
Assinala-se ainda a estreia de Ricardo Neves-Neves na encenação para os mais novos, com a peça "Catamarã, nas ilhas Salomão ninguém se preocupa com os erros ortográficos", de Ana Lázaro.
Na música, a programação contará com, entre outros, a japonesa Midori Takada, o trompetista Peter Evans que atuará com a Orquestra Jazz de Matosinhos, os Mouse on Mars e, em estreia, Montanhas Azuis, projeto que junta Bruno Pernadas a Norberto Lobo e Marco Franco.
Nas artes visuais, além de Juan Araújo e Kader Attia, a Culturgest olhará para dois outros artistas, portugueses: Salomé Lamas, que inaugura na Culturgest Porto a instalação vídeo "Fatamorgana", e João Onofre, com a primeira retrospetiva de carreira, com trabalhos inéditos.
A programação dedicada a conferências e debates terá formatos diferentes, com uma maior participação crítica de universidades, por exemplo. Na próxima terça-feira, na Culturgest, estarão o teórico camaronês Achille Mbembe.
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