“Vários géneros musicais e diversas paisagens sonoras” marcam o programa da “Folia”, capítulo dedicado à realização dos espetáculos culturais, integrados no programa do Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos, divulgado hoje pela câmara.
Promovido pela Fundação Inatel, parceira da autarquia desde 2016, o programa arranca no dia 10 com o fado de Cristina Branco e fecham com João Morais, O Gajo, num espetáculo de “música do mundo”.
Pelo meio, o palco Inatel convida o público a assistir (no dia 11 de outubro) a Omiri, um projeto de Vasco Ribeiro Casais que, com recurso a projeções e gravações, recorda antigas práticas musicais.
O “Folk Impressionista” e as sonoridades dos Foles Diatónicos, do quarteto Danças Ocultas, são a proposta que se segue (no dia 12), antecipando (no dia 13) uma viagem pelas Danças Tradicionais Europeias e pela memória dos Mercados Medievais, ao som do Duo Recanto, com Hugo Osga e Sílvia Isabel.
O Folio será também, neste capítulo da Folia, uma das últimas oportunidades de ver em palco “Diabo na Cruz” a banda formada por Bernardo Barata, João Pinheiro, João Gil, Manuel Pinheiro, Sérgio Pires e Jorge Cruz, que já anunciou a dissolução do grupo no final da tour.
O concerto dos Diabo na Cruz está agendado para o dia 18.
No dia 19 a Folia homenageia José Afonso, com um espetáculo criado pela Tradisom, aquando dos 90 anos do nascimento do cantor. Davide Zacarias, Maria Anadon, João Afonso, Filipa Pais e Zeca Medeiros interpretarão as músicas que, marcando a carreira do criador de “Grândola, Vila Morena”, também marcaram a história do seu tempo.
A Folia despede-se a 20 de outubro, com O Gajo. Um projeto de João Morais, que levará ao placo do Inatel a viola campaniça, um instrumento de raiz tradicional, executado por ele com mais tonalidades.
O resultado são, segundo o Inatel, “composições que podem soar a fado, mas não são fado, que podem soar a música tradicional, mas não são música tradicional”. São, define Francisco Madelino, da Fundação Inatel, “um híbrido disso tudo”.
A programação oferecida pela Fundação Inatel é de entrada livre.
Organizado em cinco capítulos (“Folia”, “Folio Autores”, “Folio Educa”, “Folio Ilustra” e “Folio Paralelo”), o festival teve a sua primeira edição em 2015, num investimento de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários.
Palco de lançamentos de livros, debates, mesas redondas, entrevistas, sessões de autógrafos e conversas entre escritores e leitores, o Folio passou no ano seguinte a ser suportado pela autarquia, com a apoio de parceiros, como a Fundação Inatel, responsável pelos espetáculos que fazem parte do programa do festival, que decorre na vila de Óbidos, entre os dias 10 e 20 de outubro.
A edição do ano passado proporcionou 831 horas de programação envolvendo 554 participantes diretos, entre autores, pensadores, artistas e criativos, que protagonizaram 26 mesas de debate, 25 concertos e 13 exposições, ao longo de 11 dias com mais de 185 atividades.
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