É uma história de luta que está por trás da fantasia que muitos conhecem, lançada em 1991. A revelação foi feita pelo diretor do remake, Bill Condon, numa entrevista dada à Attitude onde conta como a descoberta de que o letrista do filme tinha SIDA acabou por influenciar a versão final da história.
O diretor revela que Howard Ashman descobriu, no final dos anos 80, que tinha SIDA e que sugeriu, não só tornar o filme num musical, mas também de transformar o monstro numa das personagens principais. Até então, a história centrava-se essencialmente em Bela.
Na batalha contra o VIH, o filme tornou-se numa metáfora particular para Howard Ashman, já que se identificava com a ideia de haver um milagre de salvação para o Monstro. No enredo, um príncipe jovem e arrogante é vítima de uma bruxa que lhe lança um feitiço, transformando-o numa besta até que o Monstro aprenda a amar e a ser amado.
Howard Ashman acabou por morrer apenas quatro dias depois do filme ter estreado nos cinemas, mas fica reconhecido pela História como sendo um dos primeiros homossexuais abertamente assumidos no mundo do entretenimento norte-americano.
Esta revelação surge numa altura em que a nova versão de "A Bela e o Monstro" traz, pela primeira vez, a questão da homossexualidade para a linha da frente de um filme da Disney, com o personagem LeFou a debater-se sobre a sua sexualidade ao longo da narrativa.
No filme, LeFou surge como o braço-direito do antagonista, Gaston, apaixonado por Bela, mas a barreira da lealdade acaba por ser ultrapassada por um outro desejo. “Num dia, LeFou quer ser o Gaston e no outro já quer beijá-lo”, afirma Bill Condon.
Sem adiantar mais detalhes sobre o percurso da personagem, o diretor do remake refere apenas que o desfecho de LeFou não será esquecido no final do filme.
Recentemente, a Disney foi notícia por ter exibido o primeiro beijo gay num desenho animado de produção própria, em Stars VS As forças do mal. Mesmo que tenha sido por escassos segundos, o momento foi partilhado nas redes sociais, mas, como conta a Attitude, o episódio causou controvérsia entre os jovens americanos. Não por ser um beijo homossexual, mas sim porque os dois rapazes não ficam juntos no final.
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