“Vai o meu abraço [a Penafiel] que tem dado um extraordinário exemplo, porque as grandes ideias culturais não têm só que morar em Lisboa e no Porto”, afirmou o autor na conferência de imprensa promovida hoje pelo festival que cumpre, este ano, a 13.ª edição.
Aos jornalistas Mário Zambujal acentuou que “Penafiel mantém, há tantos anos, um festival com uma extraordinária originalidade”.
“As ruas estão a abraçar-me e eu tenho esse espírito de gratidão. Sinto que devo retribuir, abraçando a cidade de Penafiel, na pessoa do seu presidente, nas pessoas todas, na multidão”, acrescentou, quando falava ao lado de Antonino Sousa, presidente do município.
O autor disse estar “admirado e reconhecido” pela homenagem, por ser “o abraço de uma cidade inteira”.
“Eu andei aqui já esta manhã a passear pelas ruas de Penafiel e esta multiplicidade de gestos amigos que se veem em cada esquina, em cada cartaz, em cada momento torna este festival original em relação a todos os festivais”, reforçou.
Questionado sobre se hesitou quando foi convidado para um evento que se realiza numa das regiões do país com maior número de casos de covid-19, o autor respondeu: “Não vir significava não aceitar colocar-me no lugar das pessoas que vivem aqui em Penafiel, sem medos e sem receios. Vir significa um momento especial no meu trajeto como autor. É um momento bonito, é um momento diferente de todos os outros, que vai ficar marcado na minha agenda mental, este dia e estes dias”.
Na conferência de imprensa, Antonino Sousa falou da dificuldade que houve para tomar a decisão de organizar este ano o Escritaria, em plena pandemia de covid-19.
“Foi uma decisão difícil e muito ponderada”, anotou, sublinhado que a decisão “trouxe mais exigência e mais responsabilidade”.
Antonino Sousa falou de um programa mais reduzido, “apenas com os momentos é que está garantida a segurança do escritor”, mas “com o mesmo carinho”, sem deixar de cumprir o plano de contingência aprovado pelas autoridades de saúde.
Este ano, anotou, não se realizam as atividades em que o autor homenageado contacta com as pessoas nas ruas e estabelecimentos da cidade. Os demais eventos culturais têm, porém, sido transmitidos através das novas tecnologias digitais e da Internet.
“Está a ser uma aposta muito forte e uma aprendizagem muito grande”, concluiu.
Há 13 anos que o Escritaria tem homenageado escritores da lusofonia, com várias atividades, como conferências, colóquios e exposições, mas também momentos de teatro e música ao ar livre, tendo como ponto de partida textos dos escritores.
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