A Feira do Livro de Lisboa vai prestar homenagem ao livreiro e editor José Pinho, que morreu na passada terça-feira, dia 30 de maio.
A organização considera que esta será uma "simples, mas merecida homenagem" que irá consistir num convite a todos os participantes, autores e visitantes a saudar José Pinho com uma salva de palmas durante 1 minuto.
A Feira destaca, em comunicado, que o livreiro "pautou a sua ação pelas ideias utópicas que transformava em realidade, atirando-se aos seus projetos sempre com um sorriso e uma ânsia de os ter já diante dos olhos de todos".
Na Feira do Livro, era conhecido “o Zé” que segundo Pedro Sobral, Presidente da APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) era: “Despretensioso sobre o que é o livro e a literatura, era movido pela ânsia de tornar o acesso do livro algo democrático, banal e rotineiro, para todos e para todas. Olhava o mundo e congeminava como o poderia encher de livros”.
“Mais do que um desejo, continuar este legado é, por isso, uma obrigação. É nosso dever levar o país a um lugar pelo que o José Pinho tanto lutou e pelo qual tanto fez. Sempre com um sorriso rasgado e uma gargalhada sonora”, acrescenta ainda o responsável.
Recorde-se que José Pinho fez parte dos Órgãos Sociais da APEL, presidindo ao Conselho Técnico de Livreiros e, entre 2005 e 2008, exerceu a função de Vice-Presidente desta associação.
Além disso, o livreiro ficou conhecido por fundar a editora Ler Devagar, em 2007, e o Festival Literário Internacional de Óbidos e o Latitudes, o Folio.
No dia 8 de maio, Pinho tinha sido agraciado com a medalha de mérito cultural pela Câmara Municipal de Lisboa, por ser considerado “uma personalidade ímpar da cidade".
Na altura, a proposta apresentada pelo presidente da autarquia, Carlos Moedas, enaltecia José Pinho como “uma personalidade incontornável do setor cultural do país e da cidade de Lisboa, dedicando-se há mais de duas décadas a estimular e inovar a democratização do acesso à cultura e à formação de públicos, com especial enfoque na promoção do livro, da leitura, da língua portuguesa, da criação artística, bem como de todas as outras formas de expressão cultural”.
Uma semana depois, recebeu, pelas mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o grau de comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, destinado "a distinguir o mérito literário, científico e artístico".
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