Pedro Costa, que recebeu em 2014 o prémio de melhor realização com “Cavalo Dinheiro”, no certame, regressou ao festival com “Vitalina Varela”, sobre uma mulher cabo-verdiana que chegou a Portugal em 2013, três dias depois da morte do marido. O filme fez a estreia mundial em Locarno, na quarta-feira, e tem garantida distribuição e estreia em 2020, nos Estados Unidos.
Pedro Costa conheceu Vitalina Varela quando rodava “Cavalo Dinheiro”, acabando por incluir parte da história dela na narrativa, mas o novo filme é totalmente dedicado a esta cabo-verdiana de 55 anos.
“Vitalina Varela” é a história de uma mulher que viveu grande parte da vida à espera de ir ter com o marido, Joaquim, emigrado em Portugal. Sabendo que ele morreu, Vitalina Varela chegou a Portugal três dias depois do funeral dele, lê-se na nota de imprensa da produtora, a Optec Filmes.
Desde a estreia, o filme já recebeu vários elogios da crítica a nível mundial, nomeadamente do Hollywood Reporter, que o descreve como “um épico intimista” e “trágico”, considerando que esta nova longa-metragem irá colocar Pedro Costa “num novo patamar de ambiente, forma e narrativa” cinematográfica.
O portal Indie Wire, por seu lado, definiu “Vitalina Varela” como mais uma “visão arrebatadora e magistral de Pedro Costa”.
Por seu turno, o sítio ‘online’ LesInrocks, da revista francesa Les Inrockuptibles, descreve a obra do realizador português como um projeto “entre o documentário e o retrato íntimo”, num ambiente que “intriga pela aridez e beleza plástica”.
Este novo filme de Pedro Costa estará ainda em competição, em setembro, no Festival de Cinema de Toronto, no Canadá, e será apresentado no 57.º Festival de Cinema de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
A competição do festival suíço incluiu ainda a estreia de “Technoboss”, de João Nicolau, protagonizado pelo ex-programador cultural Miguel Lobo Antunes, no papel de um sexagenário divorciado, e pela atriz Luísa Cruz.
A este filme juntou-se “O Fim do Mundo”, segunda longa-metragem de ficção do luso-suíço Basil da Cunha, sobre Spirra, um jovem acabado “de sair de um colégio interno, e [que] se encontra de novo com os amigos na Reboleira”.
Fora de competição, Locarno exibiu ainda “Prazer, Camaradas!”, de José Filipe Costa, a partir de histórias de portugueses e estrangeiros vividas em cooperativas e aldeias portuguesas, no pós-25 de Abril de 1974.
Na secção ‘Pardi di Domani’ foi exibida a coprodução portuguesa “Vulcão: O que sonha um lago?”, da romena Diana Vidrascu, desenvolvida numa residência artística nos Açores, enquanto Maya Kosa e Sérgio da Costa mostraram “L’île aux oiseaux”, a concurso na secção Cineastas do Presente.
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