De acordo com uma proposta da Câmara Municipal de Lisboa, a que agência Lusa teve hoje acesso e que está agendada para a reunião privada de quinta-feira, “perante a atual situação de pandemia, a edição de 2020 do Festival Iminente será realizada em termos diferentes do habitual na medida em que será adaptada às condicionantes de segurança sanitária para a prevenção da propagação do vírus covid-19″.
O documento visa aprovar o protocolo a celebrar entre a Câmara de Lisboa e a Iminente – Produções, Música e Arte, assim como a transferência pelo município de 250 mil euros para a realização do evento.
“O Festival Iminente de 2020 irá articular com as comunidades locais mais distantes dos habituais espaços de fruição cultural, promovendo o recolhimento e minimização de deslocações, a realização de uma obra colaborativa por forma a assegurar o total envolvimento da comunidade na programação, implementação e usufruto do festival”, lê-se no texto da proposta.
Está prevista a realização de uma exposição semipermanente, ‘workshops’, debates e concertos, respeitando as regras impostas pela Direção-Geral da Saúde, destaca a autarquia, presidida por Fernando Medina (PS).
Os vereadores da Cultura, Catarina Vaz Pinto, e da Estrutura Verde, José Sá Fernandes, defendem também na proposta que a realização do evento, previsto para entre os dias 01 e 19 de setembro, “visa impulsionar a atividade económica nos setores artístico e cultural, mantendo a sua programação ativa, promovendo oportunidades de trabalho para os artistas e técnicos, de modo a mitigar a paragem ou suspensão temporária do setor”.
De acordo com o protocolo a ser apreciado na quinta-feira, a Iminente – Produções, Música e Arte fica obrigada a elaborar o programa para a edição deste ano do festival, “tendo presente o atual contexto associada à pandemia da doença de covid-19 e as restrições, regras e recomendações com o mesmo relacionadas, com a descrição de todas as iniciativas a realizar e a indicação de datas, horas e locais da respetiva realização, no prazo máximo de 20 dias a contar da data da outorga” do documento.
Esta será a terceira vez que o Iminente acontecerá no Panorâmico de Monsanto, sendo que as duas primeiras edições – 2016 e 2017 – realizaram-se no município de Oeiras.
O festival Iminente, com curadoria de Alexandre Farto (Vhils), é coorganizado pela plataforma Underdogs e pela Câmara Municipal de Lisboa.
Em 04 de abril, o Iminente realizou uma edição ‘online’ Emergency, tendo angariado 25.975 euros para serem entregues a dois hospitais de referência no tratamento da covid-19 em Portugal.
O Panorâmico de Monsanto, construído no Parque Florestal de Monsanto em 1968 e que permite uma vista panorâmica sobre Lisboa, foi abandonado em 2001, ano em que encerrou o restaurante que ali funcionava.
Ao longo dos anos, e apesar da degradação, o edifício foi sendo utilizado por muitos como miradouro.
No verão de 2017, a Câmara de Lisboa realizou no espaço trabalhos de limpeza e de colocação de gradeamentos e execução de emparedamentos para possibilitar o acesso e a circulação de pessoas em condições de segurança.
Em setembro desse ano, o espaço passou a ser um miradouro oficialmente reconhecido, com horários de abertura e encerramento.
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