Sob o tema "Limites do Humano", a edição de 2020 propõe-se explorar discursos e pensamentos sobre as ciências e a política, com uma programação que inclui ainda um 'concerto-performance', três 'workshops' 'online' e duas 'masterclasses'.
Realizada em contexto de pandemia, a 31.ª edição do FIMP conta com a participação de seis países - Holanda, Cabo Verde, Bélgica, França, Espanha e Portugal -, num total de 25 apresentações que acontecem em dez salas de espetáculo do Porto e de Matosinhos.
"Esta é uma edição marcada pelo surto de um vírus [covid-19] que poderá ter vindo para ficar por uns tempos. Neste contexto, procuramos o mais possível manter o programa inicialmente previsto. Deste modo, assumimos os nossos compromissos com os artistas, as equipas, as instituições parceiras e claro, o público", salientou o diretor artístico do festival, Igor Gandra, aquando da apresentação do evento, em setembro, reiterando as palavras que escreveu no texto de apresentação da edição de 2020.
Na altura, o diretor artístico do FIMP reconheceu que, dadas as circunstâncias atuais, não foi possível desenvolver o modelo habitual em que os alunos das escolas artísticas do Porto eram integrados na vida do festival, tendo-se optado por criar momentos de contacto próximo com os artistas desta edição.
O festival arranca hoje com "Kamp", dos holandeses Hotel Modern, que, o diretor artístico do FIMP descreve um espetáculo "impressionante" e atual face ao "crescimento assustador de tendências extremistas e racistas às quais é preciso estar muito atento"
Em palco estará uma maquete "enorme", representando o campo de extermínio nazi de Auschwitz-Birkenau, com casernas sobrelotadas e milhares de marionetas de sete centímetros, que representam os prisioneiros e os seus carrascos.
No ano em que se assinalam os 75 anos da libertação de Auschwitz pelo Exército Vermelho, neste espetáculo, o público é a testemunha silenciosa do assassínio em massa, cometido numa cidade construída para o efeito.
A edição de 2020 do festival encerra com uma produção proveniente da Bélgica: "Cratère 6899", de Gwendoline Robin, é "uma brecha" que conduz o público às origens do mundo, quando os cometas colidiram com a terra.
No sábado, no Teatro Campo Alegre sobe ao palco "Bad Translation", de Cris Blanco, Espanha, que retoma o mito do escultor que deseja atribuir vida à sua criação.
Do programa, destacam-se ainda os espetáculos "Uma Coisa Longínqua", do Teatro de Ferro & Carlos Guedes, "O Fim do Fim", da Alma d'Arame & Companhia João Garcia Miguel, e "Lições de Voo", pelo Teatro de Marionetas do Porto.
Filipe Moreira, vencedor da quarta bolsa de criação Isabel Alves Costa, apresenta, em estreia absoluta, o espetáculo "Fibra", a que se juntam outras estreias como "O que já não é e o que nunca foi", de Joclécio Azevedo, e "O Cheiro dos Velhos", do Grupo Cultural Português do Mindelo & Teatro de Marionetas do Porto, em estreia nacional.
O espetáculo "Lilliput", da bailarina espanhola residente em Portugal Ainhoa Vidal, em estreia absoluta no FIMP'20, é outra das produções em destaque.
Os palcos do Teatro Municipal do Porto - Rivoli e Campo Alegre -, do Teatro Nacional São João e Teatro Carlos Alberto, do Palácio do Bolhão, Círculo Católico dos Operários do Porto e da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, no Porto, assim como a sala do Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, acolhem este ano o FIMP.
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