"Inicialmente marcado para fevereiro" último, o espetáculo acabou por ser cancelado "por motivos de saúde da companhia", lê-se na nota à imprensa do TBA, hoje divulgada. "Little Wimmin" estará na Sala Principal do teatro nos dias 19 e 20 de dezembro, com sessões a partir das 19h30.
No final de janeiro deste ano, em entrevista à agência Lusa, Sarah Moore, uma das cinco mulheres do coletivo, definiu o espetáculo como “selvagem, hilariante, e uma forma muito palhaça de olhar para o texto tradicional” de Louisa May Alcott, obra que estabeleceu novos parâmetros do 'romance para raparigas' no final do século XIX, e que alcança agora outra dimensão.
“É uma nova forma de olhar para um texto antigo”, acrescentou na altura Sarah Moore, explicando tratar-se de uma adaptação feminista do clássico da autora norte-americana na qual "gozam e brincam com a forma tradicional de fazer uma peça".
Para começar, "Little Women" dá lugar a "Little Wimmin" - "wimmin" era o termo usado pelas pioneiras do movimento feminista britânico para o plural de mulher ("women"), de modo a evitar o sufixo "men" (homens).
Com quinze anos de existência, sem “formação tradicional de atores” nem "chefes, diretores, encenadores ou qualquer hierarquia”, o grupo concebe e põe em cena todos os espectáculos, “em conjunto”, “numa total e completa colaboração democrática”, com o objetivo de "fazer sempre o melhor possível", acrescentou então Sarah Moore, à Lusa.
O que as Figs in Wigs trazem a Lisboa é um espectáculo que respeita o romance original mas que, através de uma linguagem “clownesca” de “sátira, roçando o absurdo”, transformam num “ato político”. Daí que, sublinhou a atriz, as alterações climáticas sejam um dos temas tratados em cena.
Alice Roots, Sarah Moore, Suzanna Hurst, Ray Gammon e Rachel Porter são as cinco amigas que formam o coletivo.
"Esbatendo as fronteiras da arte ao vivo, da música, do teatro, da comédia e da dança, 'Little Wimmin' examina a forma como pensamos o passado, o que está errado com o presente e o que vamos fazer em relação ao futuro - se é que existe um", escrevem as Figs in Wigs (figos/figuras/figurantes em cabeleiras), na apresentação da peça, no seu 'site' na Internet.
Falado em inglês e legendado em português, no final da sessão de dia 19 haverá ainda um debate no âmbito da iniciativa "Clube do Espectador", moderado pelo dramaturgo José Maria Vieira Mendes.
Na cenografia está Emma Bailey, no figurino Ray Gammon, nos figurinos adicionais Emma Bailey e Saskia Martindale, na iluminação, Gene Giron, enquanto no design de som estão Alice Turner e Suzanna Hurst, que também assina o vídeo.
Com dramaturgia de Úrsula Martinez, o espetáculo tem perucas e maquilhagens de Raquel Porter, retratos de família de Frances Gibson, e conjunto adicional de Fani Parali.
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