Retrato atual do país a partir do universo particular de uma família lisboeta, “Colo” “é o sinalizador de uma competição nacional pela primeira vez constituída por seis longas metragens e dezoito curtas metragens, o maior contingente de sempre na competição nacional do IndieLisboa”, afirma a organização.
No total, serão exibidos mais de quarenta filmes portugueses, a maioria em estreia nacional, entre os quais “Amor, Amor”, de Jorge Cramez, “Encontro silencioso”, primeira longa-metragem de ficção de Miguel Clara Vasconcelos, a partir da realidade das praxes académicas, e “Luz obscura”, documentário de Susana de Sousa Dias a partir dos arquivos da PIDE.
Entre as curtas-metragens portuguesas contam-se, por exemplo, a animação “Circo”, de André Ruivo, o documentário “Num globo de neve”, de André Gil Mata, a ficção “Tudo o que imagino”, de Leonor Noivo, o filme experimental “Ubi Sunt”, de Salomé Lamas, e “Cidade pequena”, que valeu o Urso de Ouro em Berlim a Diogo Costa Amarante.
Destaque ainda para a exibição, fora de competição, de “Rosas de Ermera”, filme de Luís Filipe Rocha sobre a história familiar de Zeca Afonso.
As propostas estrangeiras passam sobretudo por primeiras obras, “filmes muito fortes, muito impactantes, que trabalham em terreno narrativo, mas que estão permanentemente a desconstruir fronteiras”, segundo a direção do IndieLisboa.
No festival vão passar “Boli Bana”, primeiro filme documental de Simon Gillard rodado no Burkina Faso, “Ciao Ciao”, ficção de Song Chuan, “Viejo Calavera”, estreia de Kiro Russo no documentário, sobre o trabalho nas minas na Bolívia, e “La idea de un lago”, de Milagros Mumenthaler.
A secção “Herói Independente” centrar-se-á na cinematografia do realizador norte-americano Jem Cohen e do cineasta francês Paul Vecchiali – ambos estarão em maio em Lisboa.
A maior secção do IndieLisboa é o IndieJúnior, com filmes para famílias e escolas repartidos por idades, da infância à adolescência, e este ano o “IndieMusic” terá sessões ao ar livre no terraço do Cineteatro Capitólio.
Como o festival não é só cinema, estão previstos ainda concertos e debates e, apenas para profissionais, o “Lisbon Screenings”, com apresentação de alguns filmes portugueses – em diferentes fases de produção – a diretores, programadores de festivais e distribuidores internacionais.
Com quase trezentos filmes programados, o IndieLisboa decorrerá na Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema Ideal, Cinemateca Portuguesa e Capitólio, com programação paralela noutros espaços como a Casa Independente e o Musicbox.
O IndieLisboa encerrará no dia 14 com o documentário “I am not your negro”, de Raoul Peck, nomeado para os Óscares, sobre racismo, afro-americanos e direitos civis, a partir a obra inacabada do escritor norte-americano James Baldwin, “Remember This House”.
Comentários