Roberta Medina, Rock in Rio | Love of My Life
Os Queen foram a banda mais importante da primeira edição do Rock in Rio em 1985, mais do que pela relevância da banda no mercado global, mas porque permitiram que todas as bandas que passaram pelo festival usassem os seus equipamentos de iluminação. O rider deles de luz acabou virando a base do rider do festival para todas as bandas. Numa época em que o Brasil não tinha equipamentos suficientes para um evento da dimensão do Rock in Rio, tudo foi importado, essa permissão deles foi essencial para que a logística de palco do festival fosse possível.
Além disso, a banda protagonizou o momento mais emblemático daquela primeira edição quando o público assume a musica "Love of My Live" fazendo o próprio Freddie Mercury parar de cantar e se limitar a simplesmente reger a plateia. Certamente é, até hoje, das imagens e momentos mais marcantes destes praticamente 32 anos de Rock in Rio.
E tivemos a alegria de poder tê-los connosco novamente no Brasil e em Lisboa para celebrar os 30 anos do festival. Acompanhados do Adam Lambert fizeram 85 mil pessoas no Brasil reviverem a emoção de 1985 e levaram milhares de pessoas ao delírio com um show absolutamente perfeito na sua construção, efeitos, qualidade dos músicos, carisma e profissionalismo do Adam Lambert e, claro, canções que continuarão sendo cantadas por muitas gerações.
Samuel Úria, músico | Brighton Rock
Digo a "Brighton Rock" (mas também podia ser a "Stone Cold Crazy") porque acho que as grandes virtudes dos Queen sempre estiveram casadas aos seus grandes defeitos, e neste caso as virtudes ficam solteiras. É uma canção onde aquela ideia de colagem de várias partes (o expoente dessa manta de retalhos será a "Bohemian Rhapsody") tem uma harmonia rock'n'roll absolutamente notável e, em vez de torná-la estranha, torna-a excitante e enérgica do princípio ao fim. As guitarras do May nunca estiveram tão bonitas por estarem tão feias, e com os solos surpreendentemente a serem suplantados pelo destaque dos riffs rítmicos. Também aprecio muito mais a produção dos coros nesta fase do que a super compressão dos maiores êxitos. Mercury é brilhante com o falsetto e a pronúncia meio cómica, depois a desembocar na perfeição de sempre.
Diogo Dias, músico e apresentador da MTV | Under Pressure
Apesar da "Bohemian Rhapsody" ser a melhor música de todos os tempos - não dos Queen, mas no universo da música em geral - a música cantada pelo Freddie Mercury que mais gosto é provavelmente a "Under Pressure", não por me lembrar de alguma coisa em específico, mas porque os Queen foram a primeira banda que eu realmente gostei... Admito mesmo que foram os "meus Beatles" (só mais tarde é que explorei os "Quatro de Liverpool") e esta foi a música que me cativou logo à primeira.
Filipe Melo, pianista e realizador | Who Wants To Live Forever
Ora bem... Escolho o tema "Who Wants To Live Forever", porque a orquestração é linda, o tema também, e porque me lembro de ver o filme "Duelo Imortal" (o tema faz parte da banda sonora original) no cinema e de ir a correr comprar a banda sonora em K7, na feira de Tondela.
Tiago Castro, radialista e músico | Innuendo
A "Innuendo" é a última grande música dos Queen, o último grande testamento sinfónico, quase como a banda a querer provar que ainda era capaz de o fazer. Já com Freddy Mercury muito debilitado, os Queen lançam-se numa mega produção, um tema lento, arrastado, mas que se transforma a meio, dando lugar a um momento flamenco/ prog. Em estúdio, os Queen contaram com a ajuda de Steve Howe dos YES na guitarra clássica, elevando esta sequência a um dos momentos mais clássicos em toda a carreira do grupo. "Innuendo", faixa mais longa que "Bohemian Rhapsody", dá o mote para o resto do álbum com o mesmo título, com canções fortemente inspiradas pela doença de Freddy Mercury. É um disco triste, nostálgico, mas num último fôlego do vocalista, os Queen conseguem com o tema "Innuendo" um verdadeiro golpe de génio.
Ana Markl, guionista e radialista | Mustapha
Escolhi uma das minhas canções favoritas dos Queen, "Mustapha", do álbum "Jazz", de 1978. Porque é um delírio virtuoso que nos lembra que o britânico Freddie Mercury era, na verdade, o persa Farrokh Bulsara. Reza a lenda, porém, que pelo meio do inglês e do árabe desta canção, Mercury fartou-se de inventar palavras. Gosto de acreditar que sim para poder inventar também."
Rui Reininho, músico | Mustapha
Hino do daesh! Alá ui Ai que Bar...
Pedro Boucherie Mendes, diretor dos canais temáticos da SIC | These Are the Days of Our Lives
Nem sequer é aquela onde Freddie mais demonstra o que consegue fazer com a voz, mas sempre foi um tema que ouvi com atenção, estivesse a fazer o que estivesse. Há músicas que adoramos mas que conseguimos ouvir ao longe, não desligando o que estamos a fazer ou a pensar. E há outras, pouquíssimas, que nos arrancam de onde estamos e nos obrigam a prestar a atenção. O tom entre o arrastado, o rock e o pop deste tema, com a percussão e o baixo a embalarem a voz e a guitarra a irromper para depois se recolher - a somar àquela dimensão de importância quase epopeica que há nas melhores músicas do Queen -, tornam este tema em vintage Queen. É de 1991 mas podia ser de hoje e são muito poucas as músicas da Pop a poder reclamar a mesma frescura tantos anos depois.
Fábio Lopes (Conguito), YouTuber | Barcelona
Desde pequeno que associo músicas a todos os momentos da minha vida, sejam eles bons ou maus. Os épicos são acompanhados pela “Barcelona”, era o que o meu pai colocava na aparelhagem sempre que acontecia algo demasiado bom lá em casa. Lembro-me até de questionar o porquê e a resposta sempre foi associada a um momento qualquer emblemático dos Jogos Olímpicos de 1992, não sei, nem sequer tinha nascido. A verdade é que o hábito permaneceu e até hoje tem vindo a acompanhar-me.
SAPO24 | Bohemian Rapsody
Sim, também gostamos do Freddie. E a "Bohemian Rhapsody" tem de ser presença obrigatória quando falamos dele e dos Queen. Abaixo segue a nossa playlist de homenagem a uma das maiores vozes que a música já teve. E hoje, por cá, entoa-se "Nothing really matters / Anyone can see / Nothing really matters /Nothing really matters to me". Com saudade.
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