Há várias formas, mais ou menos saudáveis, de ultrapassar uma rejeição, em Singapura um caso, que podia ser só um de expectativas diferentes, deu origem a um processo em tribunal. Em causa está a “ excelente reputação” de K Kawshingan que terá ficado manchada após Tan não ver nele “mais que um amigo”.
Nasceu assim um mediático e insólito caso por difamação, que irá a tribunal na próxima semana. Segundo o The Guardian é pedida uma indemnização para cobrir os custos e as perdas morais após a “traumática” rejeição. Kawshingan acusa a mulher de “comentários difamatórios e conduta negligente” e, por isso, pede que lhe sejam ressarcidos os custos da reabilitação e terapia. Mas também as oportunidades que perdeu por não ter capacidades para desenvolver negócios.
Contudo este já não é o primeiro processo que os envolve. A vida dos dois cruzou-se em 2016, mas a definição da sua relação só viria a dar problemas em 2020. Da parte de Kawshingan, Tan seria a sua “amiga mais próxima”. Para Tan, o homem era “apenas um amigo”. Perante esta discórdia a mulher começa um processo de afastamento, encorajando o amigo a ser mais “independente”. Kawashingon responde com uma ameaça: não a processaria se Tan aceitasse participar em sessões de terapia conjunta. Após 18 meses de terapia, e do avolumar da toxicidade e das investidas, Tan corta relações com o então “apenas amigo”. Kawshingan cumpre a promessa de a processar, mas perde o caso em que pedia a Tan mais de 20 mil euros por ter quebrado o acordo de “trabalhar no futuro da relação”.
Este caso tem levantado algumas questões no que diz respeito ao papel das mulheres, e aquilo que é esperado delas. Principalmente depois do veredicto do primeiro caso, em que o Tribunal considerou que o homem apenas tinha o objetivo de “incomodar e oprimir” Tan.
A “Aware”, um grupo pela igualdade de género, tem sido bastante vocal no acompanhamento deste caso. Lembrando que este processo inverte os papéis da vítima e do agressor, o que configura aliás uma “tática comum dos agressores”. Acrescenta ainda que é “alarmante” que os registos do tribunal mostrem que há a ideia de que “as mulheres devem aos homens a sua atenção”.
Singapura está em 49º lugar no ranking do “Global Gender Gap” do Fórum Económico Mundial, embora seja o segundo país asiático com maior igualdade entre géneros.
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