O responsável, em declarações à agência Lusa, salientou “a credibilidade e a durabilidade” do jornal que se publicou pela primeira vez a 03 de março de 1981, inicialmente como quinzenário, depois, durante oito anos, como semanário.
“Nas suas páginas estão coisas fundamentais da cultura e a grande maioria dos grandes nomes da literatura, da arte e do pensamento e, em matéria de literatura, dos outros países lusófonos”, afirmou José Carlos Vasconcelos.
O diretor do jornal salientou que “a defesa e o combate pela criação de uma comunidade de povos de língua portuguesa era um objetivo desde o início do JL”, que hoje está presente “nas mais variadas partes do mundo, sendo “presença assídua nos leitorados de português” e outros centros culturais de português.
“Um jornal que só foi possível depois do 25 de Abril”, disse Vasconcelos, enfatizando que “contribuiu para um espírito de tolerância, de diálogo [e] de sentido crítico que é inerente ao próprio conceito de cultura”.
“Uma pessoa culta é mais esclarecida e deve respeitar a opinião dos outros”, referiu.
O JL surgiu, recordou, no âmbito de um projeto, ao qual Vasconcelos se referiu como “jornalístico, cívico e cultural”, do qual fez parte o semanário O Jornal, criado por um grupo de jornalistas.
O Jornal saiu das bancas em 1992, depois de 17 anos de existência, tendo nele colaborado nomes como Manuel Beça Múrias, Miguel Esteves Cardoso ou Francisco Sarsfield Cabral, José Silva Pinto, o próprio José Carlos Vasconcelos, Fernando Assis Pacheco e também Joaquim Letria, o seu primeiro diretor.
“Neste contexto, era possível um projeto como o JL e que toda a gente dizia que seria inviável e ia durar seis meses”, lembrou.
O JL, atualmente, “é único no universo da língua portuguesa”, mas os “recursos são poucos, apesar de algumas entidades saberem o que ele representa”.
O JL tem protocolos com entidades estatais, "que não significam subsídios" e “representaram, aliás, poupanças para o erário público”, disse, citando a agenda cultural, da esfera do Ministério da Cultura.
No entanto, o JL enfrenta problemas na área da publicidade, aos quais não são alheias as concentrações de editoras em grandes grupos.
Quarenta anos volvidos, o JL “é hoje uma presença do português no mundo”, tendo “sido o seu papel destacado por seis presidentes da República de Portugal e do Brasil, de diferentes quadrantes [políticos]”.
Como afirmou o escritor Jorge Amado (1912-2001), “o JL é um milagre”.
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