“Felicidade” é uma história de amor e assombração, dividida em três atos e com laivos de tragédia grega, passada na década de 1970, “nos anos que transformaram Portugal”, afirma a Companhia das Letras, editora do livro.
Este é um romance de ironia e humor, de remorso e melancolia, que aborda os temas do amor e da morte, e das pulsões humanas que os unem, explicou a editora, realçando que João Tordo confessou que este foi o livro que mais gostou de escrever.
A história começa na cidade de Lisboa, em 1973, nas vésperas da revolução, quando um rapaz de 17 anos, filho de um pai conservador e de uma mãe liberal, se apaixona por Felicidade, colega de escola e uma de três gémeas idênticas.
As irmãs Kopejka são a grande atração do liceu: bonitas, seguras, determinadas, são fonte de desejos e fantasias inalcançáveis.
Tudo se passa num ambiente em que se respira mudança – a Europa a libertar-se das suas ditaduras e Portugal a despedir-se da velha ordem – e vive-se a promessa da liberdade, com todos os seus riscos e encantos.
É neste tempo e neste mundo, indeciso entre tradição e modernidade, que o narrador cai num abismo pessoal: a primeira noite de amor com Felicidade acaba de forma trágica, e o jovem vê-se enredado numa malha inescapável das trigémeas Kopejka, três fúrias que não tem poderes para controlar.
À semelhança de uma tragédia grega, o herói encontra-se subjugado por forças indomáveis, preso entre dois mundos, acrescenta a editora.
João Tordo estreou-se em 2004 na literatura com o romance “O livro dos homens sem luz”, género literário que explorou ao longo de mais 11 livros, até 2019, ano em que publicou “A noite em que o verão acabou”, a sua estreia no género policial.
Já este ano, lançou um ensaio, no qual abre as portas da sua atividade e da sua relação com a literatura e a vida, intitulado “Manual de sobrevivência de um escritor”.
Nascido em 1975, João Tordo venceu em 2009 o Prémio Literário José Saramago, pelo romance “As três vidas”, e em 2011 foi finalista do Prémio Portugal Telecom.
Foi também finalista do Prémio Melhor Livro de Ficção Narrativa da Sociedade Portuguesa de Autores (2011, 2015) e do Prémio Literário Fernando Namora (2011, 2012, 2015, 2016), bem como da 6.ª edição do Prémio Literário Europeu.
“Ensina-me a voar sobre os telhados”, de 2018, o seu décimo primeiro romance, foi finalista do Prémio P.E.N. Clube e do Prémio Oceanos.
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