Victoire Cogevina, de 29 anos, porta-voz das Nações Unidas para a Igualdade de Género no Futebol, encontra-se em Portugal, no Porto, a convite da UEFA, para participar na final da Liga dos Campeões, entre o Chelsea e o Manchester City, e destacou Marta Silva, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, como “um exemplo”.
A avançada brasileira, também ela embaixadora das Nações Unidas para o Desporto, é o rosto mais mediático da curta-metragem realizada no âmbito de um projeto da Organização das Nações Unidas no Brasil, com estreia prevista para novembro, segundo Victoire Cogevina.
“A história que vamos contar não é a história da Marta, mas pode ser a história de muitas meninas e de como as oportunidades podem surgir através do desporto”, salientou a antiga empresária de jogadores e fundadora da rede social Gloria, dedicada exclusivamente ao futebol.
Segundo Cogevina, como aconteceu com Marta Silva, conhecida à escala planetária, “o desporto pode ser uma ferramenta através da qual se pode ganhar um salário e seguir em frente”.
A produtora sublinhou que, para passar a mensagem, e ela ser facilmente acessível, se procurou contar uma história “de forma apelativa, em cinco minutos, com um conteúdo poderoso”.
“É o percurso de uma menina anónima e vamos contar como essa menina saiu de um contexto de violência doméstica e se tornou uma profissional do desporto, através do qual se empoderou. É um exemplo para as meninas brasileiras e para todas as mulheres”, acentuou, em declarações à agência Lusa, Victoire Cogevina.
A empresária do ramo tecnológico, de nacionalidade argentina e grega, a residir nos Estados Unidos da América, foi também produtora-executiva da película “Nando”, escolhida para ser exibida, em junho, no Festival de Tribeca, em Nova Iorque.
Do mesmo realizador de “Uma Vitória Leva à Outra”, Alec Cutter, “Nando”, narrado pelo ator e cantor brasileiro Seu Jorge, conta a história de uma criança de dez anos residente na favela da Mangueira, próxima do Maracanã, mas que nunca viu um jogo ao vivo dentro do mítico estádio do Rio de Janeiro e ambiciona um dia jogar nesse relvado.
“Apaixonei-me pelo projeto quando o vi”, contou Victoire Cogevina, sobre o filme também produzido pelo defesa internacional brasileiro Dani Alves.
Victoire Cogevina, filha de um embaixador grego e de mãe argentina, referiu ter vivido em 11 cidades. “O futebol foi a constante na minha vida”, salientou a adepta, que nunca foi jogadora, mas se afirma empenhada em ajudar a dar maior projeção ao futebol feminino, que acredita ter muito potencial, nomeadamente a nível publicitário.
A empresária tem em fase de teste, com dois mil utilizadores espalhados por cinco continentes, “metade homens e metade mulheres”, a plataforma Gloria, exclusivamente dedicada ao futebol, que “vai ficar disponível no mercado até ao final do ano”.
A nova rede social destina-se a jogadores, profissionais e amadores, clubes, adeptos e a toda a comunidade interessada na modalidade, com a possibilidade de criar comunidades temáticas sobre os mais diferentes assuntos, desde a troca de cromos à discussão sobre determinado jogador ou emblema.
Enquanto empresária de jogadores, Victoire Cogevina percebeu o desejo de muitos jovens quererem ter a oportunidade de mostrar as suas capacidades e a plataforma está também a desenvolver funcionalidades tecnológicas que permitam não apenas partilhar talento ou habilidades, vistas por uma vasta comunidade interessada pelo futebol, mas também definir perfis e características que possam, em particular, interessar a clubes, em função das suas necessidades.
“Não é difícil pensar que, no futuro, o próximo Messi ou Cristiano possam ser encontrados ‘online'”, vincou Cogevina.
De acordo com a fundadora da rede social dedicada à modalidade, “a Gloria é um espaço digital onde se pode viver a paixão pelo futebol”, sintetizou.
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