Os autores portugueses estão nomeados na categoria Romance, juntamente com os brasileiros Julián Fuks ("A resistência") e Marcelo Rubens Paiva ("Ainda estou aqui").
"É muito relevante, nesta final, termos dois romances de autores portugueses, que representam muito bem a literatura contemporânea" disse Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, quando do anúncio dos dez finalistas, no passado dia 21 de novembro.
Os livros finalistas são "Galveias", de José Luís Peixoto, e "Uma menina está perdida no seu século à procura do pai", de Gonçalo M. Tavares.
O escritor Cristóvão Tezza, membro do júri que selecionou as obras do prémio, avaliou o livro de Peixoto, cujo título é o nome de sua aldeia natal, na região do Alentejo, como "um romance rural com grandes personagens, que retrata o contraste da rotina interior com o 'estranhamento' do quotidiano numa narrativa coletiva".
A obra de Tavares foi descrita pelo jurado e escritor José Castello como "uma narrativa enigmática, que se passa em um estranho mundo paralelo, com personagens bizarras e surpreendentes, que hipnotizam o leitor".
Nesta segunda edição do Prémio Oceanos, também foram selecionados os escritores Antonio Carlos Viana ("Jeito de matar lagartas") e Arthur Dapieve ("Maracanazo e outras histórias"), na categoria Contos, além de Eucanaã Ferraz ("Escuta"), Marcos Siscar ("Manual de flutuação para amadores"), Ana Martins Marques ("O livro das semelhanças") e Nuno Ramos ("Sermões"), na categoria Poesia.
"É de relevância verificar que foi selecionado o mesmo número de livros finalistas, em romance e em poesia, o que não costuma ocorrer, além de ver na final uma mescla de autores que também são artistas visuais, ensaístas, jornalistas e críticos literários mostrando a diversidade de saberes que hoje a literatura engloba", analisou o diretor do Itau Cultural.
Os dez finalistas foram escolhidos por um júri, a partir de uma lista de 50 obras semifinalistas, prevenientes de um grupo de 740 títulos concorrentes, dos diferentes géneros - poesia, romance, conto, crónica e dramaturgia.
Além das obras de José Luís Peixoto e de Gonçalo M. Tavares, estavam também, entre os semifinalistas portugueses, os livros de poesia de Matilde Campilho, "Jóquei", e do sociólogo Boaventura Sousa Santos, “139 epigramas para sentimentalizar pedras", e os romances "Não é meia-noite quem quer", de António Lobo Antunes, e "O pecado de Porto Negro", de Norberto Morais.
Os quatro vencedores do Prémio Oceanos 2016, nas diferentes categorias, são hoje conhecidos, na segunda edição do galardão que sucedeu ao antigo Prémio Portugal Telecom, e que distingue as melhores obras de escritores lusófonos publicadas no Brasil.
No ano passado, o prémio foi atribuído ao escritor brasileiro Silviano Santiago, de 80 anos, pelo romance "Mil Rosas Roubadas".
Comentários