“O filme de Diogo Costa Amarante ganhou o Lobo de Prata para melhor curta-metragem no festival canadiano, que decorre até domingo”, refere a Agência da Curta-Metragem, num comunicado hoje divulgado.
“Luz de Presença” teve estreia mundial em março deste ano, no Festival de Cinema de Berlim e estreia nacional no Curtas de Vila do Conde, em julho.
Esta foi a segunda obra que Diogo Costa Amarante teve em competição no festival de Berlim, quatro anos depois de ter recebido o Urso de Ouro de melhor curta-metragem por “Cidade Pequena”, em 2017.
“Luz de Presença” foi retrabalhado a partir de outra curta-metragem, “O verde do jardim”, que o realizador apresentou em 2019, no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Neste processo, houve muitas alterações, há coisas que foram retiradas, outras adicionadas, há inclusivamente novas imagens que, entretanto, foram produzidas e acrescentadas. Mas há, sobretudo, uma nova estrutura que me permitiu retirar tudo o que era potencialmente dispersivo ou que não era essencial, do ponto de vista da narrativa”, afirmou Diogo Costa Amarante, numa entrevista por escrito à agência Lusa, no início deste ano.
Apesar das alterações, o foco central da história está lá: o encontro entre Diana, uma transexual, e um motociclista acidentado, numa paisagem urbana da cidade do Porto, para onde o realizador Diogo Costa Amarante se mudou há uns anos.
“Quando cheguei, aluguei uma casa no bairro da Fontinha, uma antiga zona operária que, naquela altura, me pareceu um dos poucos sítios no centro da cidade que ainda resistia à acelerada gentrificação”, recordou à Lusa.
Foi nesse bairro que o realizador conheceu Diana Neves Silva, depois de se cruzar todas as noites com ela, à procura de um lugar seguro para estacionar a mota. Foi a pensar nela, meses depois, que decidiu fazer um filme.
“Diana era, de facto, alguém que eu gostava de reencontrar todas as noites quando regressava a casa. (…) Apercebi-me que muitas das pessoas que ali moram a veem como uma guardiã do bairro”, afirmou o realizador.
Para Diogo Costa Amarante, “fazer o filme com ela foi um processo espantoso”. “Se no início estava nervosa com a presença da câmara, lembro-me perfeitamente de que, ao terceiro dia, se deu uma transformação mágica e que a Diana se entregou ao filme com grande empenho e generosidade”, elogiou.
“Luz de Presença” é uma ficção e regista o encontro fortuito e a ligação de amizade entre Diana e a personagem Gonçalo, que tem um acidente de mota e um desgosto de amor. Além de Diana Neves Silva, entram João Castro, Gustavo Sumpta e, numa breve participação, Luís Miguel Cintra.
De acordo com a Agência da Curta-Metragem, Diogo Costa Amarante “encontra-se atualmente a trabalhar na sua primeira longa-metragem”.
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