De acordo com a organização, num comunicado hoje divulgado, após várias edições no centro da cidade, entre o Pavilhão Carlos Lopes, a Estufa Fria e o Capitólio, a ModaLisboa, durante a qual são apresentadas coleções de moda de marcas e ‘designers’ nacionais, muda-se para o Hub Criativo do Beato, mais especificamente para a Factory Lisbon, um “polo de ‘start-ups’, empreendedorismo e inovação”, que, “mesmo antes de abrir as portas a estes novos negócios”, recebe a semana da moda de Lisboa.
“Com uma arquitetura que une a traça clássica e industrial Lisboeta a um novo pensamento artístico, esta localização de grandes espaços com luz natural será a casa de desfiles, conversas, microeventos, instalações artísticas, exposições e experiências”, lê-se no comunicado divulgado pela Associação ModaLisboa.
A 58.ª edição, que decorre sob o tema “Metaphysical”, será “um evento presencial com uma crescente componente digital — é meta, e é físico — em constante experimentação, que cruza as geografias da Moda, da Tecnologia, da Inovação e da Arte num caminho de encontro de práticas multidisciplinares onde se ensaiam novas possibilidades de permanência”.
As edições dos últimos dois anos sofreram várias alterações, em relação a todas as que se realizaram antes de 2020, devido à pandemia da covid-19.
A 54.ª edição decorreu no início de março de 2020, quando já tinham sido confirmados os dois primeiros casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal e poucos dias antes de ser decretado o estado de emergência devido à pandemia da covid-19. Nas antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento, no Campo de Santa Clara, a organização criou uma sala de isolamento e foram espalhados pelo recinto vários frascos de ‘álcool gel’.
Em outubro de 2020, já com o país a viver um primeiro ‘desconfinamento’, a 55.ª edição aconteceu “totalmente ao ar livre”, no Parque Eduardo VII e com assistência muito reduzida, bastidores mais amplos e uma forte presença digital.
Em abril do ano passado, a 56.ª edição, inicialmente prevista para março e adiada por indicação da Direção-Geral da Saúde, acabou por ser “integralmente digital”.
A 57.ª edição, em outubro do ano passado, decorreu já com presença de público, com cerca de 200 pessoas por desfile e algumas apresentações exclusivamente digitais.
“Precisámos, nos últimos dois anos, de olhar para o real de um modo renovado, com uma série de pensamentos abertos, sem ingenuidade, mas com uma esperança limpa de resolução. Os problemas são complexos, mas a ModaLisboa será — terá de ser — um laboratório privilegiado para a sensibilidade e o espanto da criação”, referiu a organização, no comunicado hoje divulgado.
Na 58.ª edição, a ModaLisboa “volta a reforçar o seu compromisso para com o público da cidade com uma programação de ações de entrada livre que completam o calendário de desfiles”.
As Fast Talks, espaços de debate, “ocupam o seu lugar único de pensamento de Moda, focando-se em eixos como a tecnologia, a sustentabilidade e as novas fronteiras da comunicação, e, nesta edição, não serão apenas no formato conversa, mas trarão para a mesa outras formas de discussão”.
Durante a 58.ª edição, a ModaLisboa “será a casa do Ego Selfie Hotel With Soundbath”, um módulo com performance, construído em parceria com o projeto transdisciplinar CABANAmad, “que aposta na fluidez entre Moda, Arquitetura e Design para gerar experiências imersivas e confrontacionais”.
Com curadoria de Antonio Lettieri, o Ego Selfie Hotel With Soundbath acolherá instalações de artistas plásticos e designers de moda, como Atelier Contencioso, Allessandro Di Giampietro, Béhen, Lidjia Kolovrat e Marta Pombo.
Além disso, estarão também patentes várias exposições. Os detalhes das ações abertas ao público, “de entrada livre sujeita a registo prévio”, serão “revelados em breve”.
A ModaLisboa, organizada pela Associação ModaLisboa em pareceria com a Câmara Municipal de Lisboa, comemorou trinta anos em abril do ano passado.
A primeira edição aconteceu em abril de 1991 no Teatro São Luiz. Nessa altura, 13 criadores apresentaram coleções para o inverno de 1991/92.
Ao longo destes 30 anos, o evento realizou-se mos mais variados espaços da capital, como o Mercado da Ribeira, o Pátio da Galé ou o Museu da Cidade, e chegou a realizar-se em Cascais e, no mesmo concelho, no Estoril.
Comentários