De acordo com a diretora da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, em declarações à Lusa à margem da 60.ª edição, que hoje termina, “esta é a última edição neste espaço [o Lisboa Social Mitra], que foi intervencionado no exterior e agora vai ser no interior”.
“Vai ser construído um primeiro andar e perdendo o pé direito, aqui não é possível”, explicou Eduarda Abbondanza, acrescentando que “se alguém tiver dicas pode sempre enviá-las para a Associação [ModaLisboa], estão lá [no site] os contactos telefónicos e de ‘email’: “porque, na realidade, é através do ‘networking’ e do passa-palavra que vamos chegando às coisas”.
A 60.ª edição começou na quinta-feira e termina hoje, decorrendo, à semelhança da 59.ª no polo de inovação social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Lisboa Social Mitra.
Horas antes do último desfile, Eduarda Abbondanza destacava esta como uma edição “com muito ‘power’ e muitos formatos diferentes de apresentação, daí que haja um pavilhão só para permitir isso”.
Ao longo dos quatro dias, foram vários os criadores de moda que optaram por apresentar as coleções noutros formatos que não o habitual desfile, caso de Olga Noronha, Constança Entrudo ou João Magalhães.
É difícil para Eduarda Abbondanza fazer um pequeno balanço de 60 edições de ModaLisboa, ainda assim disse: “Não interrompemos, estamos aqui, agora”.
Ao longo dos anos, além de vários locais, a ModaLisboa atravessou “várias etapas”. “E não estivemos sempre a trabalhar com os mesmos objetivos, na medida em que nos ligamos muito à cidade, ao país e ao mundo também. E tentamos, de alguma maneira acompanhar também aquilo que é os movimentos dos criadores, como é que eles veem em cada momento a moda, no caso da sua marca”, disse.
Houve alguns desafios “faseados, que foram sendo superados” e outros “mais globais, que ainda estão em construção”, prosseguiu.
E foi porque “vale a pena” continuar a organizar a ModaLisboa, que durante a pandemia não houve uma paragem, lembrou ainda.
“Fizemos quatro edições atípicas: uma totalmente digital, as outras três híbridas. Era aquele momento que tinha todos os ingredientes para se poder cruzar os braços e seria dramático para toda uma área, porque se perdia o contacto, a metodologia, o sistema de produção. Ao longo destas 60 edições foi talvez o momento mais crítico”, partilhou Eduarda Abbondanza.
A primeira edição da ModaLisboa aconteceu em abril de 1991 no Teatro São Luiz. Nessa altura, 13 criadores apresentaram coleções para o inverno de 1991/92.
Ao longo destes 32 anos, o evento realizou-se nos mais variados espaços da capital, como o Mercado da Ribeira, o Pátio da Galé ou o Museu da Cidade, e chegou a acontecer em Cascais e, no mesmo concelho, no Estoril.
O “motor do trabalho” da ModaLisboa continua a ser “a moda de autor. “Foi assim que iniciámos e é essa a nossa missão, que não está esgotada nem completa de maneira nenhuma”, concluiu Eduarda Abbondanza.
Na 60.ª edição foram apresentadas coleções de, entre outros, Filipe Augusto, Valentim Quaresma, Luís Buchinho, Luís Carvalho, Gonçalo Peixoto, Duarte, Hibu, Carlos Gil, Nuno Gama, Nuno Baltazar e Dino Alves.
A ModaLisboa é organizada pela Associação ModaLisboa em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa.
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