Sob o lema “Emergir no conflito” (“Surfacing Trouble”, na tradução para inglês), o Seminário Internacional de Cinema Documental, organizado pela Associação pelo Documentário (Apordoc, responsável pelo festival Doclisboa), regressa este ano, entre 03 a 08 de setembro, com programação definida pela artista Filipa César, o curador Olivier Marboeuf e o diretor do certame, Nuno Lisboa, segundo o comunicado de apresentação do evento.
Os artistas hoje anunciados juntam-se aos já confirmados, desde julho, Margarida Mendes, Pedro Neves Marques e Mariana Silva, da Inhabitants, plataforma ‘online’ para documentário e vídeo exploratório, Anjalika Sagar e Kodwo Eshun, do coletivo artístico The Otolith Group, bem como as duplas de documentaristas Saguenail e Regina Guimarães, e Graeme Thomson e Silvia Maglioni.
Billy Woodberry é uma das figuras chaves do movimento conhecido como L.A. Rebellion, formado por uma jovem geração de africanos e afro-americanos, cineastas independentes que criaram um cinema negro alternativo a Hollywood, influenciado pelo discurso político e social de 1967 e 1968.
Por seu lado, Clara López Menéndez desenvolveu a sua prática nas áreas da curadoria, de pedagogia, da crítica de arte e da performance, enquanto Jamika Ajalon se afirma como uma artista interdisciplinar que trabalha com a palavra escrita e falada, som e fotografia, cinema, vídeo, texto e música.
Sana na N’Hada “participou na luta armada pela Frente de Libertação Guineense contra o colonialismo português”, pode ler-se no comunicado da organização, primeiro como paramédico, depois como cineasta, tendo sido um dos pioneiros do cinema na Guiné-Bissau.
A programação deste ano é da responsabilidade de Filipa César, artista e realizadora portuguesa radicada em Berlim, e de Olivier Marboeuf, curador e produtor francês, com o diretor do seminário, Nuno Lisboa, o primeiro português a programar o seminário de cinema documental independente Robert Flaherty, em Nova Iorque, que toma o nome do pioneiro norte-americano do cinema documental.
Cada dia do seminário é composto por sessões de cinema com início às 10:00 e ás 14:30, seguidas de um debate coletivo ao final do dia.
"O Doc's Kingdom é a experiência integral e cumulativa que inclui as sessões de cinema, os debates e o encontro coletivo numa atmosfera informal, com a presença dos realizadores convidados ao longo de todo o seminário, num programa que é o mesmo para todos os participantes, sem sessões paralelas”, descreve o comunicado.
O programa deixou de ser divulgado previamente desde a edição do Doc’s Kingdom 2013, para se apostar mais na sua “dimensão coletiva e integral”, explicam os organizadores.
“O programa de sessões é secreto e pode sofrer alterações ao longo da semana consoante a dinâmica do grupo que, a cada jornada, entra na sala de cinema sem mapa, aliando a disponibilidade e o risco para cooperar numa experiência que não pode antecipar”, acrescentam.
Contando com mais de mil participantes desde a sua primeira edição, o Doc's Kingdom já acolheu cineastas como Frederick Wiseman, James Benning, Susana de Sousa Dias, Abderrahmane Sissako, Kidlat Tahimik, Pedro Costa, Peter Nestler, Pedro Pinho, Catarina Mourão, Salomé Lamas, Miguel Gomes, Adirley Queirós, Leonor Teles, Catarina Alves Costa e Hartmut Bitomsky, entre outros.
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