“Abordei o trabalho como um filme”, afirmou, numa conferência para meios internacionais, Skogland, que realizou os seis episódios da nova série. “Estávamos a fazer um filme de seis horas e apenas decidimos onde cortar”.
O aspeto visual e as cenas de ação são, por isso, tão cinematográficas quantos os filmes que antecederam a série, que se situa logo após os eventos mostrados em “Vingadores: Endgame”.
“Queríamos mesmo provar que só porque está na televisão isso não significa que não possa ser tão grande quanto seria como filme e que trabalhámos com o mesmo afinco e pondo nisto o nosso sangue, suor e lágrimas”, disse o produtor executivo e presidente da Marvel Studios, Kevin Feige.
Esta é a segunda série Marvel para a plataforma Disney+, depois de “WandaVision” ter sido bem recebida pelos fãs e pela crítica. Segue a parceria improvável entre o Falcão, Sam Wilson (interpretado por Anthony Mackie) e o Soldado do Inverno, Bucky Barnes (interpretado por Sebastian Stan), depois de Steve Rogers (Capitão América) ter deixado o seu escudo a Wilson.
“O nosso objetivo era não estragar isto”, disse Anthony Mackie, na conferência de imprensa. “Não queríamos ser o primeiro projeto Marvel a não prestar, o nosso trabalho era pegar na tocha e não fazer uma série má”. A missão, disse, foi bem sucedida.
Segundo Mackie, que interpreta o Falcão desde 2014 nos filmes do universo Marvel, filmar a série exigiu a mesma preparação que os filmes, com muito treino para acrobacias e cenas de luta com os mesmos preparadores.
Mas Mackie sublinhou que agora será possível explorar melhor a história de Sam Wilson, a sua família e a sua evolução: “Estamos num ponto em que queremos que a audiência conheça e aprenda sobre estes novos personagens. Temos de nos pôr nesta posição em que introduzimos os personagens à audiência e damos-lhe esse relacionamento, essa história construída ao longo de dez anos”.
O argumentista principal da série, Malcom Spellman, disse que o facto de este ser um meio diferente deu a oportunidade de trabalhar os personagens de outra forma.
“Os filmes têm uma duração comprimida e ação imediata, caminham para um evento”, disse. “Uma série permite uma narrativa horizontal e o ritmo é completamente diferente, os personagens podem travar amizades, discutir, evoluem de uma forma muito diferente”.
A aproximação ao caráter das personagens e às suas lutas internas é visível desde o primeiro episódio, com a exploração da “busca pela identidade” e “aceitação do passado” de Bucky Barnes, descreveu Sebastian Stan.
“Todo o tema do stress pós-traumático e a experiência que eles partilham como soldados é uma das coisas que os aproxima”, afirmou o ator. “Há aqui uma espécie de código de honra entre eles, apesar de terem ideias e opiniões diferentes sobre as coisas”.
Stan explicou que a perturbação do stress pós-traumático não é algo que desapareça e acabou: “É algo com o qual uma pessoa tem de continuar a evoluir e melhorar a sua forma de lidar com isso. Por isso, é uma parte importante da série e fundamenta estes dois personagens de uma forma muito realista”.
O presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, sublinhou que o incrível dos personagens da Marvel está nos seus defeitos, que lhes põem os pés no chão num cenário de ficção científica e sobrenatural.
“Essa é sempre a âncora mais importante para qualquer história que vamos contar”, afirmou. “Houve muitos traumas para estas personagens ao longo dos anos e é fácil esquecermos isso ou varrer para debaixo do tapete, porque há portais brilhantes a abrirem-se e pessoas a aplaudir e o Homem de Ferro a esmurrar um lagarto voador”, exemplificou.
“Mas pensamos, e se fôssemos estas personagens, se vivêssemos isto, teria havido elementos horríveis com repercussões durante anos”. É isso, disse, que a série permite explorar.
Feige também disse que Sam Wilson e Bucky Barnes são tão importantes que mudanças ou evoluções neles “devem ter um grande impacto” no universo cinematográfico Marvel.
Além dos protagonistas, a série conta com Wyatt Russell no papel de John Walker, Emily VanCamp como Sharon Carter e Daniel Brühl como Zemo.
Há 10 séries Marvel planeadas para a Disney+ e os eventos nelas serão coordenados com os filmes do universo Marvel. Depois de “O Falcão e o Soldado do Inverno”, a próxima a estrear-se será “Loki”, a 11 de junho.
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