A Fundação Casa de Mateus aproveitou o Dia Mundial da Poesia, que se assinala hoje, para divulgar os vencedores do Prémio D. Diniz relativos aos anos de 2022 e 2023.
A instituição revelou, em comunicado, que o prémio relativo a 2022 foi atribuído ao livro de poesia “Introdução à pintura rupestre”, de José Tolentino Mendonça, publicado pela editora Assírio & Alvim.
“É o autor deste livro em que, como um arqueólogo, reconstitui essa vida de que só restam vestígios e, talvez, a lembrança de um paraíso perdido, que o prémio D. Diniz escolhe para figurar entre os nomes que, desde o início, lhe conferem o prestígio de um dos grandes prémios literários portugueses”, salientou o júri composto por Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral e Pedro Mexia, citado no comunicado.
Poeta, sacerdote e professor, José Tolentino Mendonça nasceu na ilha da Madeira em 1965, estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano desde 2018, e, em 2019, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco.
A edição 2023 distingue a obra “Mocidade Portuguesa”, de Jorge Calado, editado pela Imprensa Nacional Casa da Moeda.
“É um livro que se destaca pela qualidade de uma escrita límpida que nos faz entrar num relato de formação pessoal e intelectual que, inscrita no género autobiográfico que tem, no campo da literatura, precedentes de que basta citar Miguel Torga ou Rúben A., nos dá um retrato da segunda metade do século XX, com destaque para os períodos da infância e adolescência do autor, resgatando do esquecimento uma das épocas mais apagadas da nossa História”, justificou o júri.
O autor e cientista Jorge Calado nasceu em Lisboa, em 1938, licenciou-se em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico (IST), doutorou-se pela Universidade de Oxford, é professor catedrático de Química-Física e de Termodinâmica Química no IST e um interessado nas relações entre as ciências e as artes.
O Prémio D. Diniz, atribuído pela Fundação da Casa de Mateus desde 1980, distingue anualmente uma obra de poesia, ensaio ou ficção, ou a tradução portuguesa de uma obra fundamental do cânone literário.
A lista de premiados inclui, entre outros, Agustina Bessa Luís (1980), José Saramago (1984), Eduardo Lourenço (1995), António Lobo Antunes (1999), Maria Teresa Horta (2011) ou Jorge Silva Melo (2021).
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