Esta será a 37.ª edição do Kurzfilm Fest, de 01 a 07 de junho, “entre o digital e o analógico”, como escreveu a direção, ou seja, com programação a exibir no pequeno ecrã, ‘online’, e projetada em sala de cinema, tendo em conta os constrangimentos decorrentes da pandemia.
Segundo a programação anunciada, na competição internacional estão 42 filmes, entre os quais quatro curtas-metragens portuguesas ou de coprodução nacional.
São elas “Luz de Presença”, de Diogo Costa Amarante, “Mudança”, do luso-guineense Welket Bungué, e “Nanu Tudor”, da moldava Olga Lucovnicova, todos eles exibidos este ano no festival de cinema de Berlim, assim como “Tracing Utopia”, de Catarina de Sousa e Nick Tyson.
“Nanu Tudor”, que venceu em fevereiro o Urso de Ouro em Berlim, é um documentário de cariz biográfico, de Olga Lucovnicova, produzido no contexto do programa europeu de mestrado DocNomads, do qual Portugal faz parte, através da Universidade Lusófona.
“Luz de Presença”, que também teve estreia em Berlim, revela uma nova montagem e novo processo criativo de Diogo Costa Amarante a partir do filme “O verde do jardim”, que apresentou em 2019, no Festival Curtas de Vila do Conde.
Apesar das alterações, o foco central da história está lá: o encontro entre Diana, uma transexual, e um motociclista acidentado, numa paisagem urbana da cidade do Porto, para onde o realizador Diogo Costa Amarante se mudou há uns anos.
“Mudança”, primeira obra do ator Welket Bungué enquanto realizador, resultou de um convite lançado pelo Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, onde a curta-metragem foi rodada com a colaboração da deputada Joacine Katar Moreira, que protagoniza dois monólogos.
“A figura nuclear desta história foi a Joacine, enquanto trabalhadora essencial. Mas, como eu trabalho muito a performatividade no meu cinema, as outras pessoas que iriam interagir com a Joacine ao longo da história são no fundo também pessoas que têm outras atividades que não a atuação em cinema. Uma das cantoras, a Lulu Santi, é enfermeira”, contou Welket Bungué à Lusa em fevereiro passado.
“Tracing Utopia”, da portuguesa Catarina de Sousa e do norte-americano Nick Tyson, chega a Hamburgo depois de ter tido estreia mundial no começo deste ano no Festival de Roterdão, nos Países Baixos.
O filme, que “retrata as aspirações de uma comunidade de jovens ‘queer’ no Queens [bairro em Nova Iorque], é uma odisseia que transcende o tempo, através dos sonhos e visões de um mundo melhor. O filme parte de uma utopia e cria um manifesto colaborativo, exigindo as mudanças que os jovens ‘queer’ desejam hoje”, referiu a distribuidora Portugal Film, em comunicado.
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