"A peça não pretende ser uma lição sobre a vida e a obra de Raul Solnado, porque há pessoas que sabem muito mais disso do que nós, antes pretende falar da relação que Telmo Ramalho manteve com o ator e como isso o levou a ser ator", explicou à agência Lusa o encenador Henrique Dias.
A ideia de fazer um espetáculo de homenagem a Raul Solnado foi do produtor Paulo Dias, que desafiou o encenador a assistir às sessões que o ator Telmo Ramalho protagonizou, em tempos, no sótão do Teatro Tivoli, em que retomava 'sketches' clássicos de Raul Solnado.
A partir daí surgiu a ideia de fazer uma peça, composta por cinco 'sketches' de Solnado - entre os quais não falta a célebre "História da minha ida à guerra de 1908" -, mais alguns momentos, cujo fio condutor de ligação dos quadros é a admiração que Telmo Ramalho nutre pelo ator, que morreu a 08 de agosto de 2009, em Lisboa.
"Telmo tinha uma relação muito emotiva com Raul Solnado e foi a admiração que tinha por ele que o levou a ser ator”, observou Henrique Dias, "admiração que se prolongou quando foi seu aluno, no curso de teatro da Sociedade de Instrução Guilherme Cossul".
“A maneira como o Telmo fala do Raul é muito emotiva e muito genuína”, o que não é de “estranhar” já que Raul Solnado e Herman José foram os “pais do humor moderno em Portugal”, sublinhou o encenador.
“É do inimigo”, “Malmequer”, “Timpanas” são outros quadros reinterpretados por Telmo Ramalho, em “Raul”, uma forma de homenagear e prestar tributo ao seu antigo professor.
A peça tem textos de Raul Solnado, Henrique Dias, Telmo Ramalho e de Miguel Gila, o autor espanhol que inspira a "Guerra de 1908".
“Raul” vai estar em cena até 1 de abril, no Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa, com espetáculos de quinta-feira a sábado, às 21:30, e, aos domingos, às 17:00.
Hoje, às 21:30, haverá um ensaio solidário da peça, cuja receita de bilheteira reverterá a favor da Casa do Artista.
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