A exposição “A unidade de todas as coisas”, que vai ser inaugurada pelas 16:00 no Espaço Mira, conta com curadoria de José Maia e está dividida em duas partes: uma instalação em vídeo com três projeções de 15 minutos de duração e uma projeção de vídeo com 11 minutos.
De acordo com comunicado do Espaço Mira, esta é a primeira exposição individual de Diogo Costa Amarante e a mostra é composta por imagens, na sua maioria inéditas, realizada durante “o processo de preparação do filme ‘Cidade Pequena'”.
Uma cabra sem cabeça, filmada em Trás-os-Montes, que descreve o mesmo movimento do corpo de uma mulher, também sem cabeça, inclinada a colher legumes da terra é apenas um dos dípticos escolhidos por Diogo Costa Amarante para a sua primeira exposição individual precisamente pelas “ligações inesperadas entre imagens”, conta o realizador.
Outro “díptico divergente” que Diogo Costa Amarante selecionou para “A unidade de todas as coisas” é a captação da imagem da sua própria irmã deitada na relva a ouvir música onde o fio branco dos auscultadores coincide com a linha do horizonte e “parece deixar de ser paisagem” para se transformar num “corpo abstrato”, de formas “redondas” e “inumanas que a névoa destapa”.
Um plano de um rebanho e um plano de escadas rolantes resultou noutra relação, pois ao mover as imagens na ‘timeline’ de montagem, o artista reparou que havia “não só movimentos horizontais e diagonais ascendentes dos dois lados”, mas também, e ainda mais curioso, como descreve, havia um homem que ao sair das escadas rolantes num centro comercial em Viseu “parece entrar no corpo de um pastor em Trás-os-Montes”.
A exposição é de entrada livre e vai estar patente no Espaço Mira até 30 de dezembro deste ano, de terça-feira a sábado, das 15:00 às 19:00.
Diogo Costa Amarante, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, ganhou uma bolsa Ibermedia para estudar documentário e cinematografia na Escola Superior de Cinema da Catalunha e este ano ganhou um Urso de Ouro para melhor curta-metragem internacional no Festival de Berlim e o prémio de melhor realização no Festival Internacional de Cinema Experimental de Bucareste.
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