Inaugurado há cerca de três anos e meio no hotel Mandarin Oriental Jumeira, aquele que é o primeiro restaurante internacional do português José Avillez é um dos nove distinguidos com uma estrela (‘cozinha de grande nível, compensa parar’) na primeira edição do Guia Michelin no Dubai.
“Foi uma grande notícia hoje logo de manhã”, disse à Lusa Avillez, que reconheceu que, apesar de os responsáveis do restaurante terem sido convidados para a gala de apresentação do guia, realizada hoje de manhã no Dubai, não esperava ganhar a estrela.
“Confio muito no trabalho que fazemos e estou muito orgulhoso. Nunca se sabe muito bem quais são os critérios da Michelin, principalmente quando entra num país novo com um novo guia. Mas ficámos muito felizes, principalmente porque acabou por haver poucos restaurantes com estrela. Sentimo-nos especiais”, comentou.
Para José Avillez, cujo restaurante Belcanto, em Lisboa, tem duas estrelas Michelin (‘cozinha excelente, vale a pena o desvio’), este reconhecimento naquela cidade dos Emirados Árabes Unidos é “muito bom para a cozinha portuguesa e para o nome de Portugal”.
O chef destacou que a estrela significa também “mais responsabilidade”, uma mensagem que transmitiu à equipa do Tasca.
“A minha mensagem para a equipa foi logo que temos de trabalhar mais e melhor, e é assim que continuamos e que vemos o nosso trabalho”, referiu.
Durante a gala, subiu ao palco para vestir a jaleca com uma estrela o chef José Barroso, que agradeceu a distinção.
O Guia Michelin Dubai, o primeiro a ser lançado naquela cidade dos Emirados Árabes Unidos, distinguiu, no total, nove restaurantes com uma estrela e dois com duas estrelas, além de 14 estabelecimentos com a distinção “Bib Gourmand” (boa relação qualidade/preço). No total, o ‘guia vermelho’ do Dubai conta com uma seleção de 69 restaurantes de 21 tipos de cozinha.
Na cerimónia, o diretor internacional do Guia Michelin, Gwendal Poullennec, afirmou que os inspetores “exploraram em profundidade o Dubai, para descobrir a cidade em todas as suas dimensões”, visitando do “restaurante mais elegante e luxuoso de chefs reconhecidos a nível global até ao ‘bistro’ gerido por famílias locais”, e “ficaram maravilhados com o quão esta cidade é cosmopolita”.
“O que torna o panorama culinário do Dubai tão distintivo é o reflexo das mais de 200 nacionalidades que chamam de casa a esta cidade. Algo que todos os restaurantes nesta cidade de ritmo acelerado, dinâmica e elegante têm em comum é que estão a borbulhar com paixão e entusiasmo. Hoje, o Dubai coloca-se como um destino gastronómico inspirador e não temos dúvidas de que ‘gourmets’ de todo o mundo serão seduzidos pela sua energia única”, considerou ainda Poullennec, citado num comunicado do Guia Michelin.
O responsável reiterou que os inspetores do Guia Michelin trabalham de forma anónima e visitam os restaurantes “como qualquer cliente normal” para os avaliar de acordo com “critérios universais”: qualidade do produto, domínio das técnicas de cozinha, harmonia e equilíbrio do sabor, personalidade expressa no prato e consistência ao longo do tempo e no menu.
Durante a gala, o diretor executivo da Corporação do Dubai para o Turismo e Comércio, Issam Kazim, enalteceu o empenho das autoridades em garantir altos padrões de saúde e segurança, o que permitiu “elevar a cena gastronómica” da cidade e torná-la “uma das principais ofertas do destino” Dubai.
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