Imortalizado na música e indissociável da cena cultural portuense, o Teatro Rivoli, em pleno centro da cidade, celebra 90 anos no próximo dia 20. E celebra-os com seis dias de programação “especial e gratuita”, apresentada esta manhã, focada nas estreias e nos artistas do Porto.
Entre os dias 18 e 23 de janeiro, o Teatro Rivoli, um dos dois pólos do Teatro Municipal do Porto, abre-se à cidade e espalha-se pela cidade, com iniciativas no Rivoli e no Campo Alegre, mas também no Coliseu, no Palácio do Bolhão, nos Maus Hábitos, no Passos Manuel e até no próprio edifício da câmara municipal.
Inaugurado a 20 de janeiro de 1932 pela companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, com a peça ‘Peraltas e Sécias’, o Rivoli passou por várias histórias nas últimas décadas, entre desafios e espetáculos.
“São nove projetos idealizados, com 90 artistas e nove áreas de performance distintas e uma edição especial dos cadernos 8.º e 9.º do Rivoli”, anunciou esta quarta-feira o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, na conferência de imprensa, no Teatro Rivoli, para apresentar a programação especial do 90.º aniversário desta estrutura cultural da cidade.
O diretor do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes, acrescentou que a programação dos 90 anos vai ser feita apenas com artistas da cidade do Porto, por causa do contexto da pandemia e porque se pretende mostrar uma “cidade cultural”.
“É uma ode aos artistas do Porto”, declarou, acrescentando que todos os projetos vão ser uma “estreia”.
A programação do 90.º aniversário arranca com a instalação “Poromechanics”, de Catarina Miranda, no dia 18, pelas 19:30, nos Maus Hábitos, espaço localizado na Rua Passos Manuel, junto ao Coliseu. A coleção de vídeo-retratos de coreógrafos, apresentados como oráculos, em diálogo com uma escultura suspensa de uma baleia bicéfala, vai ficar patente até ao dia 23 de janeiro.
Outro dos destaques da programação é a peça “12 efeitos de luz”, da companhia de teatro Palmilha Dentada, que se estreou ontem no teatro, mas cuja exibição se vai prolongar até ao aniversário do Rivoli, explicou Tiago Guedes.
“Castor e Pollux – Considerate Lília”, das irmãs Inês e Teia Campos, é um espetáculo dedicado a crianças, de cariz biográfico, que parte da mitologia grega, cruzando dança, música e outras artes, e que se vai estrear no Teatro Campo Alegre no dia 20 de janeiro, pelas 14:30, repetindo depois nos dias 21, 22 e 23.
A Companhia Instável e o criador e intérprete Helder Seabra apresentam o espetáculo “Lowlands”, uma peça com oito intérpretes, em que o criador mergulha abaixo do nível do mar, guiando o público numa viagem através da 'sala de espera mental', onde os pensamentos permanecem até conseguirem atrair o olhar do inconsciente. O espetáculo de dança estreia-se no dia 21, no Rivoli, pelas 21:30, e é para maiores de seis anos.
Outros dos destaques de Tiago Guedes é o espetáculo de circo contemporâneo “Doam SIM”, da companhia Erva Daninha, que se estreia no dia 20, às 14:30, no Salão Nobre do Teatro do Bolhão, repetindo nos dias 21, 22 e 23.
As Quintas de Leitura “No teu rosto começa a madrugada”, nos dias 19 e 20, pelas 22:00, no Coliseu do Porto, fazem também parte da programação do 90.º aniversário, bem como o lançamento dos Cadernos do Rivoli – números 08 e 09 - , com 500 páginas, editadas por Tiago Bartolomeu Costa.
Os 90 anos de Rivoli vão ainda ser assinalados com o concerto “Understage”, com HHY & The Kampala Unit, que trazem sons do Uganda, e sobem ao subpalco do Rivoli nos dias 21 e 22, pelas 23:00.
*Com Lusa
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