Apesar de ser referida como ‘festa’, para os organizadores, o "Revenge of the 90’s" (algo como Vingança dos anos 1990) “não é uma festa, não é um evento, é um ‘show’, é uma viagem em modo quase teatral ou musical pelos anos 90 e tudo o que isso envolveu”.
Tudo isto, referiu Miguel Galão, um dos organizadores, em declarações à Lusa, “não só a nível de música, mas a nível de brindes, de jogos, de coreografias, danças, receberes um pega monstro, um ioiô”.
Miguel Galão recordou, na sexta-feira à tarde, no Rock in Rio Lisboa, horas antes de o "Revenge of the 90’s" ocupar o palco Music Valley, que tudo começou com “um grupo de amigos que estava com algum saudosismo, malta que trabalhava em música e eventos há algum tempo”.
“Começou com uma festa pequena para 500 pessoas [em fevereiro do ano passado, na discoteca Lontra], a última foi para 12 mil pessoas, em Lisboa, e agora estamos aqui no Rock in Rio”, resumiu.
Embora quando começaram, Miguel Galão, André Henriques e Paulo Silver não estivessem certos que o "Revenge of the 90’s" iria tornar-se um fenómeno, não fizeram “isto à toa”.
“Trabalhamos no meio há muito tempo e sabíamos que a ideia era boa, era sólida e construímos toda uma estratégia à volta disso, para que pudesse ser viral e dar o ‘boom’, porque nós sabíamos que tínhamos estrutura para isso”, partilhou.
Foi no final daquela primeira noite na discoteca Lontra que perceberam “o quão boa era a ideia e quão bons” que até são “a fazer isto”. Foi aí que se capacitaram que “it’s gonna go big” ("isto vai tornar-se grande").
“Estávamos todos ‘isto acabou de acontecer’, as pessoas estavam em êxtase, pessoal a chorar, toda a gente a dizer ‘foi a melhor festa da minha vida’ e tudo malta do meio artístico em geral, tudo com mais de 30 anos, malta que já viu tudo, já fez os Rock in Rio todos, os festivais todos para trás e para a frente, pessoas que não são facilmente impressionáveis e que têm um sentimento para julgar que se for muito mau estás lixado, se for muito bom é porque foi mesmo”, recordou Miguel Galão.
No Rock in Rio Lisboa aproveitaram para apresentar uma nova temática, "Welcome to the jungle" ("Bem-vindos à selva"), porque não podiam apresentar-se no festival “com mais do mesmo”.
O título é uma música dos Guns and Roses, mas o evento é “muito mais do que isso, é tudo o que possam pensar em ‘jungle’, selva, que aconteceu nos anos 90”.
A nova temática vai ter direito a uma digressão que, revelou Miguel Galão, vai arrancar a 13 de outubro, em Lisboa, num local que só é revelado na véspera, como costuma acontecer, e irá percorrer “12 cidades [de Portugal Continental e dos arquipélagos dos Açores e da Madeira] até abril do ano que vem, em macro eventos, tudo acima das quatro, cinco, seis mil pessoas”.
As 12 cidades são as datas já fechadas, “mas se aparecerem mais, alargaremos e faremos mais sítios”.
O futuro inclui a digressão, “entre outras coisas, quem sabe fora de Portugal”.
Na equipa que organiza o "Revenge of the 90’s", “têm todos mais de 30 anos, alguns já muito próximo dos 40”.
A maior parte do que se vive em cada evento “era inato”, recordações de quem viveu a época, “mas há uma pesquisa”, desde o VJ (vídeo jockey), coreografia, guarda-roupa, seleção musical, bandas convidadas, porque tem de haver, “quando queres fazer as coisas bem feitas”. E, embora seja difícil restringir o acesso quando um evento acolhe mais de duas mil pessoas, têm “uma política de não deixar entrar menores de 21 anos”.
Apesar disso, lembrando que um ‘90’s kid’ (miúdo dos anos 1990) “não é necessariamente quem nasceu nos anos 90, é quem viveu os anos 90”, admite que agora se calhar quem viveu a música dos anos 90 pode ser alguém com 20 ou 25 anos”.
“Todos são bem-vindos desde que venham com alegria e vontade de dançar e cantar até que a voz falte”, disse.
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