Contactado pela agência Lusa sobre as exposições previstas para o próximo ano, o Museu Berardo, instalado no Centro Cultural de Belém, revelou que estão previstas oito mostras de artistas portugueses e estrangeiros, entre individuais e coletivas.
O artista portuense Victor Pires Vieira também será alvo de uma exposição, e está prevista uma mostra que reunirá uma série de objetos, "aparentemente triviais", que testemunham os costumes e a vida quotidiana em Macau no passado, segundo o museu.
A 30 de janeiro, será inaugurada a primeira exposição de 2019, intitulada "Wait", uma coletiva que reúne um conjunto de obras que, direta ou indiretamente, evoca “a relação com a condicionante da espera nas suas possibilidades relacionais”.
O percurso expositivo - com curadoria de Orlando Franco - é marcado por temáticas como entrar/esperar, perceção, erro/falha, observar/espectar, improviso, poder, fé/desejo.
André Banha, Dalila Gonçalvez, António Olaio, Paulo Mendes, Pedro Cabral Santo, Sara André, Tiago Baptista, Susana Anágua, Carla Cabanas, Luísa Jacinto, João Pombeiro e Eugenio Ampudia, além de Samuel Beckett, são alguns dos artistas representados.
A 08 de maio, chegam "Histórias de Rostos: Variações Belting", um ensaio visual a partir de "Faces: A History of the Human Visage", da autoria do historiador Hans Belting, nascido em 1935.
Tomando o tema do rosto como "um ponto de fuga para o qual convergem todas as imagens", segundo as ideias de Belting, a exposição oferece um percurso narrativo através do rosto e das suas múltiplas expressões.
Será adicionada uma seleção de obras das coleções Berardo, de artistas e obras de coleções nacionais e internacionais, bem como artefactos de coleções etnológicas e materiais gráficos, como livros, estampas, publicidade, e imagens científicas.
"Com o objetivo de lançar luz sobre o rosto na sua dimensão artística e antropológica, entre a identidade e a representação, a exposição procura propiciar um campo de debate sobre o pensamento de um dos mais importantes historiadores da arte da atualidade, que tem vindo a elaborar uma reflexão de referência sobre as funções e os usos da imagem", indica o museu, cuja direção artística é de Rita Lougares.
A exposição será acompanhada de uma programação paralela de visitas guiadas, conferências e performances.
Rui Sanches irá também apresentar uma exposição, com título a definir, a partir de outubro, localizada em dois polos: no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, maioritariamente com a obra escultórica do artista, num percurso que recuará até às explorações do início da década de 1980, ainda enquanto estudante nos Estados Unidos; enquanto no Museu Coleção Berardo estará uma antologia do seu trabalho em desenho, por vezes em diálogo com algumas obras escultóricas.
Com um percurso iniciado na década de 1980, depois de ter estudado no Goldsmiths’ College, em Londres, e na Universidade de Yale, no Connecticut, nos Estados Unidos, Rui Sanches - nascido em Lisboa, em 1954 - tem vindo a desenvolver um extenso trabalho nos campos da escultura e do desenho.
A sua abordagem escultural, permanentemente consciente da história da arte e da forma como as suas imagens perduram nas práticas artísticas, cruza materiais banais e industriais - como aglomerados de madeira ou tubagens - com materiais da tradição das belas artes - como o bronze - para materializar peças que se relacionam com o corpo, o espaço arquitetónico, e a história e crítica do modernismo.
A exposição tem curadoria de Delfim Sardo e Sara Matos, e será publicado um catálogo com documentação das obras e textos dos curadores.
"Charlotte Salomon: Vida? Ou Teatro?" é o título da exposição prevista para inaugurar a 10 de abril dedicada à obra da artista alemã realizada entre 1940 e 1942, período em que estava exilada com os seus avós no sul de França, depois de ter fugido da perseguição nazi que se fazia sentir em Berlim, onde vivera até então.
Neste período, Charlotte Salomon (1917–1943), devido aos acontecimentos traumáticos que afetaram a sua família, começou a criar uma autobiografia ficcionada.
Com base em 280 guaches e nos textos respetivos — uma seleção que foi feita para a exposição com curadoria de Éric Corne, a partir do total de 1328 páginas que constituem a obra —, Charlotte Salomon conta a sua história em 10 atos, composta por um prelúdio, uma secção principal e um epílogo.
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