"É um sonho realizado, sempre pensei: 'Um dia vou tocar a Paris'. Até porque vem toda a família dela [da mulher] e os amigos dela, ainda por cima num sítio tão bonito. É um concerto que me dá uns nervos brutais", disse Salvador Sobral antes do concerto, em declarações à Agência Lusa.
O primeiro concerto do artista português em Paris decorreu no âmbito do Festival Les Muses Héliconiennes, que este ano presta homenagem aos sons lusófonos e decorre em diversas salas da capital francesa.
Nervosismo à parte - Salvador Sobral confessou ao público que "mal tinha dormido" -, o cantor e compositor apresentou não só as suas músicas mais recentes, mas também temas do anterior disco, uma versão de "Sous le Ciel de Paris" e proporcionou vários momentos de improvisação jazz aos franceses e luso-descendentes que encheram a sala.
"Normalmente, quando fazemos concertos fora, eu sinto que as pessoas conhecem a canção da Eurovisão e que vêm por isso. A minha missão é cativá-las pelo resto também. Neste caso, é diferente. Eles não gostam tanto da Eurovisão em França e estou muito curioso em relação à faixa etária, se são descendentes de portugueses, franceses ou pessoas de outras origens", confessou o cantor antes do espetáculo, que se fez acompanhar em palco por pelos músicos Júlio Resende (piano), Bruno Pedroso (bateria) e André Rosinha (contrabaixo).
Apesar de ser a primeira atuação em Paris, este é um lugar familiar para Salvador Sobral. "Paris foi um sítio onde depois da cirurgia, depois de já estar recuperado, podia viajar finalmente e vinha muito aqui porque a minha esposa estava a trabalhar aqui. Acabou por ser um sítio de inspiração brutal para este disco", lembrou o artista que tem uma música em francês no seu último álbum.
Salvador Sobral gostava agora de continuar a apresentar-se em França, mas afirma ser necessário "seduzir" o público, lembrando que nem sempre o público de Paris reflete os gostos de todo o país. O músico segue agora para a Islândia, tendo também já datas de concertos na Holanda.
O Les Muses Héliconiennes trouxe já à capital francesa a fadista Cristina Branco e a cantora Blaya, com um último concerto marcado para sexta-feira com Dino d'Santiago e Branko na sala La Maroquinerie.
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