Depois de terem criado em março, em pleno início da pandemia covid-19, a plataforma de concertos online Play It Safe, a promotora Gig Club e a editora Omnichord Records criaram o Play if Safe Weekend Festival.
“É um festival sem data marcada, vai acontecer assim que for possível usar toda a lotação do Hard Club [no Porto], e os bilhetes vão estar à venda só até 02 de junho, porque queremos pagar o quanto antes tanto aos artistas como aos técnicos”, explicou o promotor João Afonso à agência Lusa.
Na página oficial (www.playitsafe.pt/weekend-festival/) está à venda um bilhete geral de 60 euros que dará acesso a todos os concertos do festival, mas poderá ser comprado em 20 edições diferentes — uma por cada artista contratado, permitindo o acesso a conteúdos específicos de cada banda.
Entre os vinte artistas que atuarão neste festival estão nomes como Samuel Úria, Best Youth, Surma, The Legendary Tigerman, noiserv, Luís Severo e Whales.
João Afonso explica que o festival é uma resposta aos problemas do setor da música, afetado pela paralisação da atividade cultural, por causa da covid-19.
“É isso mesmo que pedimos às pessoas, amor e respeito pelos artistas e pelas pessoas que trabalham na música ao vivo e que fazem isto acontecer. (…) No circuito nacional há oportunidade para fazer este tipo de experiências e testar outro tipo de modelos como este”, disse.
Os bilhetes estarão à venda até 2 de junho e serão repartidos por técnicos — os trabalhadores invisíveis e nos bastidores de grande parte da produção cultural em Portugal -, artistas e profissionais da produção do festival.
“Nestes moldes, os artistas com mais público estão a ajudar os outros. Queremos passar uma mensagem de solidariedade não só dos fãs para os músicos, mas também entre músicos e profissionais”, sublinhou João Afonso.
Para o Play if Safe Weekend Festival estão à venda 900 bilhetes, que são a lotação do Hard Club, no Porto, e João Afonso calcula que o evento só deverá acontecer em 2021, com todas as
condições de segurança.
Se até 02 de junho se venderem os bilhetes todos, a organização pondera fazer também uma edição em Lisboa, e estão a ser estudados “pequenos concertos em diversas cidades e com várias bandas, como forma de ajudar mais salas de espetáculos e mais técnicos”.
Sobre este festival, João Afonso antecipa “um ambiente muito fixe”: “Quem estiver lá, vai porque gosta muito de música e quis ajudar. E os músicos sabem que estão ali e que aquilo está a acontecer, porque as pessoas os apoiaram”.
De acordo com o plano de reabertura das atividades culturais, traçado pelo Governo depois de levantado o estado de emergência, os teatros, cinemas e salas de espetáculos poderão reabrir a 01 de junho, estando ainda por anunciar todas as medidas e regras de segurança e higiene.
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