A obra divide-se e duas partes, a primeira dedicada a Baruch Espinosa, conhecido como autor, como Benedictus de Spinoza (1632-1677), de origem sefardita portuguesa, e a segunda a Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716). Borges Coelho, 95 anos, já refletiu sobre Espinosa, anteriormente, nomeadamente a comunicação que apresentou em 2007 no Centro de Estudos da Fundação Carlos de Amberes, em Madrid.
Sobre Espinosa, Borges Coelho apresenta os seus antepassados portugueses, dedica um capítulo ao seu "Tratado Sobre a Emenda do Entendimento", e reflete sobre a asserção “Deus bíblico é corporal. Só a Natureza dá lugar à dúvida: existirá?”. O historiador aborda ainda a ação de Espinosa na comunidade portuguesa e na ibérica, e os sistemas ideológico-práticos de obediência.
A segunda parte é inteiramente dedicada ao filósofo germânico Leibniz, afirmando que o seu “pensamento repousa nos seus escritos": "Tal como a mesma paisagem, ao ser banhada pela luz do dia, ganha diferentes tonalidades e cambiantes, assim haverá tantas exposições da sua doutrina quanto os expositores”.
Borges Coelho chama a atenção para o estudo de filósofos do século XVII, uma época em que “a vigilância e a suspeita espreitam a criação intelectual, [e] levam o filósofo a esconder-se no texto expresso, mesmo publicando as obras sem nome ou a coberto dum pseudónimo”, o que leva o historiador a questionar qual é “o verdadeiro pensamento de Leibniz", “debaixo dos disfarces”.
O historiador português aborda, entre outras matérias, a “dúvida metodológica” de Leibniz, e a sua filosofia “Ciência de Rigor”, o “Discurso da Metafísica” e a noção de “Deus”, e inclui uma cronologia do filósofo germânico.
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