A ideia foi defendida pelos organizadores do evento, em primeiro lugar por Eduardo López-Puertas, diretor da Feira de Madrid (IFEMA), que organiza a ARCOmadrid, em Espanha, durante uma conferência de imprensa realizada na Câmara Municipal de Lisboa, pela Casa da América Latina em Lisboa, uma das entidades organizadoras.
“A ARCO tornou-se uma referência da arte contemporânea em Portugal, e tornou Lisboa um dos focos atrativos em termos de arte”, afirmou o responsável, considerando que a confiança mostrada nas edições anteriores permitiu aumentar a oferta.
Este ano, participam 72 galerias oriundas de 14 países, sendo que 27 são portuguesas.
Em termos de expansão e de novos conteúdos, Eduardo López-Puertas desatacou que haverá dez projetos individuais de artistas que pela primeira vez ocupam o Torreão Poente da Cordoaria, e 13 galerias que participam pela primeira vez, numa edição que cresceu 22,5% face à do ano anterior.
“Estou convencido de que será uma grande feira, uma oportunidade para conhecer novos talentos e uma plataforma de difusão internacional”, disse, sublinhando que a ARCOlisboa se tornou “uma referência no âmbito da arte europeia”.
O diretor da ARCOlisboa, Carlos Urroz, destacou por sua vez uma outra novidade este ano, um espaço de atividades para crianças dos 5 aos 12 anos, que aproximarão os mais pequenos do mundo da arte contemporânea.
Também a galerista Cristina Guerra, membro do Comité Organizador da ARCOlisboa, apontou o “crescente interesse pela arte e pela arte contemporânea em Portugal”, lançando um repto ao Governo para que olhe para esta realidade e permita que o “Orçamento do Estado seja um bocadinho maior”.
“Cada vez há mais interesse pela arte portuguesa e isso para nós é extremamente importante”, afirmou, destacando que, na edição do ano passado, foram principalmente belgas que compraram arte.
“É impressionante o colecionismo que existe na Bélgica e o interesse pela arte portuguesa e espanhola. Os espanhóis também compram cá, mas impressionante é a quantidade de belgas que vêm a Lisboa e se interessam pela arte portuguesa”, disse.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, lembrou que “Lisboa é o primeiro local de internacionalização da ARCO” e sublinhou igualmente a ideia de que esta “é a edição da expansão”.
“Hoje estamos na terceira edição, com a consciência de que crescemos juntos. Os artistas e os galeristas estão mais confiantes e esta edição tem esta característica: confiança no caminho que já fizemos e a expansão e o alargamento, que são os benefícios da ARCO em Lisboa”.
O autarca ressaltou também o “papel importante” desta feira na “consolidação da cidade de Lisboa como capital global”, e como “momento central de desenvolvimento da cidade”.
“Temos um conjunto de cinco edições, com as quais aprendemos formas de trabalhar melhor e de fazê-las crescer, e [atualmente] estamos a atingir um resultado que prova esta aposta”, acrescentou.
Em fevereiro, a Câmara Municipal de Lisboa anunciou um investimento de 180 mil euros, como comparticipação financeira para a terceira edição da ARCOlisboa, e assinou um protocolo para a continuação da feira na capital portuguesa até 2020.
A secção principal da ARCOlisboa contará com uma seleção de 60 galerias nacionais e internacionais feita pelo Comité Organizador da ARCOlisboa 2018, cujos trabalhos selecionados incluem as vanguardas históricas, os clássicos contemporâneos e a arte atual.
“Opening”, o espaço dedicado a galerias jovens (com um percurso de sete anos no máximo), que este ano celebra a sua segunda edição, apresentará 12 projetos, novamente selecionados pelo comissário João Laia.
As novas galerias são tanto de Lisboa, com a presença de Balcony e Uma Lulik, como internacionais, como Rolando Anselmi (Berlim/Roma), Bombon (Barcelona) ou Copperfield (Londres).
Outra iniciativa presente na ARCOlisboa, desde a sua origem, será “As Tables Are Shelves”, a feira de editores independentes organizada por Luiza Teixeira de Freitas.
A seleção de editoras especializadas em publicações de artistas e outras investigações em papel crescerá para ocupar uma das salas do Torreão Nascente, segundo a organização.
O certame terá uma colaboração com a Trienal de Arquitetura de Lisboa, e os visitantes poderão desfrutar de um novo espaço de restauração, criado por Atelier JQTS, em colaboração com o artista Carlos Nogueira.
Por outro lado, o Fórum de Museus irá abordar as semelhanças e diferenças entre os programas de museus portugueses e internacionais.
Noutra linha, a feira irá desenvolver uma colaboração com museus como o de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), Coleção Berardo, Serralves, Calouste Gulbenkian e Centro de Arte Quetzal, entre outros, assim como com escolas e universidades comn cursos de arte do país, visando desenvolver um programa especial para aproximar, público em geral e estudantes, à arte contemporânea.
A ARCOLisboa 2018 está aberta ao público de 17 a 19 de maio, das 14:00 às 21:00, e, no dia 20, das 12:00 às 18:00.
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