Considerada blasfemo por fundamentalistas islâmicos, a obra, líder de vendas mundial, valeu ao romancista britânico, de origem indiana, a emissão de um decreto religioso muçulmano (“fatwa”) lançado em 1989 pelo antigo líder do Irão “ayatollah” Ruhollah Khomeini que pedia a morte de Rushdie.
Um mês depois do lançamento do livro na Índia, o antigo primeiro-ministro indiano Rajiv Gandhi proibiu a venda no país, na véspera de eleições em que procurava o apoio da minoria muçulmana.
O país mais populoso do mundo (1,4 mil milhões de habitantes) conta com 200 milhões de muçulmanos.
Os “Versículos Satânicos” nunca foram vendidos nas livrarias indianas.
Mas esta semana, um tribunal da capital Nova Deli anulou a proibição do romance, numa ação interposta por um leitor que desejava comprá-lo.
Sem comentar os motivos, os juízes observaram que nenhuma das partes tinha conseguido apresentar uma cópia da notificação da proibição.
“Não nos resta outra alternativa senão presumir que esta notificação não existe”, concluíram na decisão, tornada pública esta semana.
Atualmente com 77 anos, Salman Rushdie viveu sob proteção e incógnito durante muitos anos para escapar à “fatwa” emitida por Khomeini.
Em agosto de 2022, foi esfaqueado e gravemente ferido durante uma conferência literária em Nova Iorque por um jovem norte-americano de origem libanesa suspeito de ser próximo do Irão xiita.
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