“A situação de seca, digamos, alterou-se muito substancialmente, porque nós tivemos nos primeiros dias de março uma pluviosidade absolutamente anormal – choveu em 10 dias tanto quanto em dois meses de março normais – e, portanto, houve uma grande afluência de águas às barragens”, começou por referir Luís Capoulas Santos em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião de ministros da Agricultura da União Europeia.
Apontando que, “neste momento, mais de 20 barragens já estão com mais de 80% da capacidade”, o ministro admitiu que “persistem alguns problemas no Sul, nas bacias do Sado e do Guadiana”, mas ressalvou que “mesmo os casos problemáticos do Sado devem estar hoje acima dos 50%, o que já permite o exercício de uma atividade agrícola quase normal”.
“Enfim, o pior que nos poderia acontecer agora, e perdoem-me a ironia, é que a chuva continuasse de tal modo persistente que viesse causar dificuldades às culturas de primavera-verão que vão iniciar-se dentro de pouco tempo, como o tomate e as hortícolas”, assinalou.
Contudo, “se tal não suceder, como parece ser previsível”, Capoulas Santos disse estar convicto de que “a precipitação caída não só resolveu o problema da alimentação animal, porque com as temperaturas a subirem e com esta humidade os pastos vão crescer muito rapidamente”, como também “o problema do abeberamento animal, pois praticamente todas as charcas e reservatórios estão a transbordar, mesmo no sul do país”.
Além disso, sublinhou, a precipitação registada foi “muito importante para as culturas permanentes – a vinha, o olival, os pomares –, que, com esta chuva, viram carregada a quantidade adequada de humidade no solo”.
“Portanto, acho que se a situação climática continuar nestes termos, acho que poderemos vir a ter um ano agrícola normal, e gostaria até que pudesse ser mais do que isso”, concluiu.
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