Cerca das 19:00 (18:00 em Lisboa) os sociais-democratas reivindicaram a formação do governo pela voz do secretário-geral do SPD, Lars Klingblei, frisando que o candidato Olaf Scholz vai ser chanceler.
Apesar do júbilo e do enorme aplauso dos militantes e membros nacionais do partido na altura da declaração de Klinglei, o ambiente é de nervosismo na sede nacional social-democrata (Wiile Brandt-Haus).
A situação é de grande nervosismo devido aos resultados que são divulgados pelas primeiras projeções que indicam uma grande proximidade dos democratas cristãos da CDU dos resultados alcançados pelo SPD.
Por outro lado, face às primeiras projeções, os conservadores também, demonstraram vontade em formar governo.
As declarações do líder da CDU, Armin Laschet, foram vaiadas pelos militantes do SPD.
No interior da sede está instalado um grande palco com um fundo vermelho tendo sido colocada no local uma escultura de grandes dimensões do líder histórico Willie Brandt (1913-1992).
A maior parte dos membros do partido está no jardim do edifício.
Bebem cerveja, às vezes gritam de contentes e depois ficam calados.
As primeiras projeções divulgadas após o encerramento das urnas na Alemanha anteveem uma disputa renhida ou mesmo um empate técnico entre os sociais-democratas do SPD e os conservadores da CDU, força política de Angela Merkel.
Na projeção avançada pelo canal público ZDF, o Partido Social-Democrata (SPD), de Olaf Scholz, terá conseguido 26% dos votos, contra os 24% atribuídos à União Democrata-Cristã (CDU) de Armin Laschet.
Já a projeção da estação ARD (também pública), dá um empate técnico entre as duas formações políticas, ao registarem a mesma votação: 25%.
Estes primeiros números devem ser encarados, no entanto, com prudência, uma vez que não incluem o voto por correspondência.
Estima-se que, especialmente por causa da pandemia de covid-19, mais de metade dos eleitores alemães tenha optado pelo voto por correio, modalidade que pode registar níveis recorde no atual escrutínio.
Peritos admitem que o voto por correspondência poderá representar mais de 40% do total dos votos, um número bastante mais expressivo quando comparado com os cerca de 29% verificados nas eleições legislativas de 2017.
Segundo as mesmas projeções, os Verdes alemães, de Annalena Baerbock, terão obtido entre 14% a 15% dos votos, seguidos pelo Partido Democrático Liberal (FDP), que oscila entre os 11% e os 12%.
A formação de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), força política excluída como potencial parceiro pelos restantes partidos com assento parlamentar, terá alcançado uma votação de 11%.
Já a votação no partido Die Linke (A Esquerda, em alemão) estará situada nos 5%, o mínimo necessário para obter presença no Bundestag (câmara baixa do parlamento federal da Alemanha).
Estas projeções apontam para uma perda de votos de até dez pontos percentuais para os conservadores alemães em relação às eleições de 2017, enquanto para o SPD representam uma subida de seis pontos percentuais.
À exceção da cidade-estado de Berlim, as mesas de voto para as eleições federais alemãs, que irão escolher os deputados do Bundestag, após 16 anos de governação da chanceler Angela Merkel, encerraram às 18:00 locais (17:00 de Lisboa).
As assembleias de voto abriram, em todo o país, às 08:00 da manhã (hora local), com cerca de 60,4 milhões de eleitores alemães a serem chamados a votar, menos que nas eleições de 2017.
Por: Pedro Sousa Pereira, Agência Lusa
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