“Se eu for primeiro-ministro nós vamos ter um novo aeroporto em quatro anos”, prometeu André Ventura, no encerramento das Jornadas Parlamentares do Chega, que decorreram terça-feira e hoje num hotel em Matosinhos, distrito do Porto.
O líder do Chega disse que, se for para o governo, não precisará “de décadas para o construir, como PS e PSD querem fazer”.
André Ventura indicou que construirá a nova estrutura aeroportuária para servir Lisboa “sem grupos de estudo, sem dinheiro desperdiçado”, sustentando que “é importante o país ter um novo aeroporto, mas é importante que custe o menos possível”.
Questionou a propósito se não foram feitos já “estudos suficientes em 50 anos”.
O líder do Chega comentava a indicação da Comissão Técnica Independente para o estudo do novo aeroporto de Lisboa de que podem ser necessários sete anos até existir uma primeira pista na solução que venha a ser escolhida.
“Que diabo? Será que precisamos de mais 20 anos para construir o aeroporto? Portugal tem de estar na vanguarda da modernidade”, defendeu.
Ventura considerou que devem ser escolhidas “soluções que sejam boas para os contribuintes e não venham criar novos buracos” financeiros, porque “os portugueses estão fartos de grandes anúncios que não foram mais do que sorvedouros de dinheiros dos seus impostos, e nada acontecer”.
O presidente do Chega criticou ainda o líder do PSD por anunciar a criação de um grupo de trabalho do partido para analisar a questão do novo aeroporto, quando “o país está a fervilhar com as localizações do aeroporto e o TGV e chocado com o caso das gémeas”.
“Meu caro Luís Montenegro, custa-me ser tantas vezes eu a ter de dizer isto, mas os portugueses estão fartos de grupos de trabalho, de associações de jogar à dama ou à bisca, de observatórios, fundações e grupos de estudo. Querem decisão, e é isso que nós vamos fazer se vencermos as eleições”, afirmou.
O líder do Chega questionou também “como é que um primeiro-ministro que esteve oito anos sem conseguir decidir onde ia ser o aeroporto”, quer fazer crer que vai tomar uma decisão quando haverá eleições dentro de três meses, afirmando que “não é só a velha máxima para inglês ver, é para banana ver”.
Sobre o caso das gémeas luso-brasileiras que receberam tratamento em Lisboa, e as suspeitas quanto ao favorecimento por parte da Presidência da República e do Governo, o presidente do Chega defendeu que “este pântano tem de acabar e este tipo de ilícitos têm de acabar”.
“E quem os comete tem de ser responsabilizado, quer seja Presidente da República, secretário de Estado, deputado ou qualquer outra figura nacional”, porque “ninguém está acima da lei em Portugal”, acrescentou.
Na sua intervenção, André Ventura abordou também os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), divulgados na terça-feira, que apontam “uma quebra sem precedentes” de conhecimento a Matemática, Leitura e Ciência de alunos de todo o mundo, incluindo Portugal.
O líder do partido de extrema-direita acusou ainda o ministro da Educação, João Costa, de “incompetência em gerir o Ministério”.
Ventura disse também que “nem queria acreditar” quando ouviu “o ministro da Educação dizer que concordava com a recuperação do tempo de serviço dos professores”, quando não avançou nessa negociação, questionando se “os socialistas acham” que os portugueses “são estúpidos”.
E criticou o candidato à liderança Pedro Nuno Santos por “dizer que quer a recuperação, mas vota no orçamento contra aqueles que o propuseram”, e também por defender agora ser fundamental encerrar o dossiê do aeroporto e tomar uma decisão sobre a localização quando foi até há pouco tempo ministro das Infraestruturas.
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