“A DW é um meio de comunicação nazi da Alemanha. Eles têm uma campanha imputando aos venezuelanos todos os crimes atuais no mundo”, acusou na segunda-feira o Presidente da Venezuela no seu programa televisivo.

Maduro alegou que está em curso uma “pequena campanha”, liderada pela CNN em Espanhol e pela CNN em geral, e envolvendo a AP e outros meios.

A suspensão teve lugar depois de a DW publicar, nas redes sociais, um vídeo de pouco mais de um minuto afirmando que a Venezuela era o segundo país mais corrupto do mundo, usando como referência relatórios da Transparência Internacional e da Insight Crime.

O vídeo denuncia ainda alegados vínculos de políticos venezuelanos com redes criminosas.

Em resposta, o ministro de Comunicação e Informação da Venezuela questionou recorreu às redes sociais para acusar a de “mentir, difamar e espalhar o ódio contra a Venezuela”.

“Os seus boatos são nojo, mas também dá vergonha a pobreza do seu conteúdo”, escreveu o ministro Alfred Nazareth no X.

A DW confirmou a suspensão da emissão na televisão por cabo e o seu diretor, Peter Limbourg, instou o Governo a “restabelecer, com a maior brevidade possível” o serviço da DW em espanhol, que considerou “um severo ataque à liberdade das pessoas na Venezuela para se informarem de forma independente”.

“A difamação, a censura, os bloqueios da Internet e a propagação de informações falsas sobre a DW e as suas reportagens é algo que enfrentamos num número crescente de países. Continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para chegar às pessoas que vivem sob regimes autoritários”, adianta.

Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (Sntp) da Venezuela, desde 2020 pelo menos 10 canais internacionais de televisão foram obrigados a sair dos sistemas de televisão por cabo da Venezuela, por ordens do ex-presidente Hugo Chávez e do seu sucessor Nicolás Maduro. Entre os canais que foram obrigados a suspender as emissões estão a CNN em Espanhol e a colombiana NTN24.