A recomendação teve os votos contra de seis dos oito deputados independentes eleitos pelo PS, a abstenção do PCP e os votos a favor dos restantes deputados.
Na sua intervenção na reunião, a deputada do PPM Aline Hall de Beuvink defendeu que aquele revestimento “vai contra o plano de pormenor da salvaguarda da baixa pombalina”.
“É um dos melhores exemplares da arquitetura pombalina e um dos primeiros a ser reconstruído após o sismo de 1755. É um edifício fundamental para a candidatura a Património Cultural”, afirmou.
Na recomendação, é pedido à Câmara Municipal de Lisboa que "ordene o congelamento imediato do projeto, que prevê o revestimento azulejar das fachadas da Praça da Figueira, por este entrar em clara contradição com o Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina", aprovado pela AML.
O PPM considera que este projeto é "um grave atentado de leso-património de efeitos devastadores em toda esta zona nobre da cidade".
O texto, assinado pela deputada Aline Hall de Beuvink, pede então que o município "transmita à Assembleia Municipal a autoria e o projeto de reabilitação da Praça da Figueira, para que a AML o possa analisar à luz do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina".
No início do mês, o jornal Público avançou que "os donos dos prédios da Praça da Figueira vão ser obrigados a colocar azulejos na fachada se quiserem fazer obras".
Atualmente, os azulejos azuis, brancos e cinzentos já cobrem a fachada do quarteirão da Suíça, retomando um antigo projeto do arquiteto Daciano da Costa.
Os deputados da AML aprovaram ainda uma moção também apresentada pelo PPM para que seja reposta a estátua do Rei D. Sebastião na Estação Ferroviária do Rossio, destruída por um turista em 2016.
“A estátua destruída em 2016 por um turista não foi ainda reposta. Pela importância histórica, pedimos que seja reposta o mais rápido possível”, disse a deputada.
Aline Hall de Beuvink aproveitou a ocasião para chamar a atenção para a greve de fome que o deputado nos Açores, Paulo Estêvão, está a cumprir em protesto contra a falta de cantina na escola da ilha do Corvo.
“Está em greve de fome há oito dias. Agradeço a atenção para esta situação porque estamos preocupados com saúde do nosso deputado Paulo Estêvão e com as condições das crianças”, afirmou.
O Governo Regional dos Açores passou a contemplar, nos últimos meses, um pagamento às famílias afetadas pela ausência de cozinha e refeitório escolar na ilha menos habitada dos Açores, mas, para o parlamentar do PPM, tal não mais é que uma "desresponsabilização".
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