"Não queremos nem gostamos de fazer greve, mas temos esse direito. Somos titulares de ordem soberania, mas temos uma carreira profissional, por isso entendemos que a greve é um direito nosso", disse Manuela Paupério numa audição da associação na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias a pedido do PSD.
Respondendo ao deputado social-democrata Carlos Peixoto, a presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) fez uma resenha do processo negocial dos Estatutos, que já vem do Governo PSD/CDS-PP, ressalvando o "sentido de responsabilidade demonstrado pelos juízes", no processo negocial, mas insistindo na necessidade de um estatuto inteiro, completo.
A ASJP decidiu no domingo avançar para uma greve nos primeiros dias de outubro, justificando a paralisação com falta de abertura do Governo para negociar o Estatuto.
Em comunicado, a ASJP refere que pretende uma "discussão por inteiro" do estatuto dos juízes e que a associação já interpelou o primeiro-ministro nesse sentido.
"Aguardamos dele uma resposta ao nosso repto, em tempo útil, que nos permita desbloquear essa revisão no seu todo", assinala a ASJP, ficando desde já marcada a paralisação.
No início da sessão, o presidente da comissão, o constitucionalista Bacelar Vasconcelos, disse ser contra a greve de titulares de órgãos de soberania.
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