Numa carta aberta dirigida ao primeiro-ministro e ao presidente do parlamento, argumentam que a organização do debate tem como "intenção clara promover e legitimar os novos produtos de tabaco, nomeadamente aquele conhecido em Portugal como tabaco aquecido".
Pedem-lhes que garanta um parlamento sem "influência do lóbi do tabaco e seus aliados" nas suas tomadas de decisão.
"Os órgãos do Estado não devem estar envolvidos em iniciativas que envolvam a indústria do tabaco, sobretudo quando aquelas iniciativas visam promover ou legitimar os seus produtos", invoca a plataforma, que cita uma disposição da Organização Mundial de Saúde, numa convenção para o controlo do tabaco.
Nessa convenção, estabelece-se “o fundamental e irreconciliável conflito entre os interesses da indústria do tabaco e a política de saúde pública”.
Na notícia sobre o debate, que decorreu esta manhã, o Expresso diz que o objetivo é, decorrido um ano sobre a nova lei do tabaco, "discutir o impacto das alterações na população portuguesa" e temas como "o tabaco aquecido, as leis mais restritas de consumo e os efeitos na saúde pública".
Os convidados incluem as deputadas Maria Antónia Almeida Santos, do PS, Teresa Caeiro, do CDS-PP, o subdiretor do organismo português para as dependências, Manuel Cardoso, e o canadiano David Sweanor, académico que defende publicamente as chamadas alternativas ao tabaco, como os cigarros eletrónicos, a vapor ou tabaco aquecido como forma de redução de riscos.
Para os signatários da carta, usar produtos como o tabaco aquecido "como ferramentas de redução de danos está longe de ser comprovada e fornecer uma mais-valia para a estratégia de controlo do tabagismo".
Além da associação de doentes respiratórios crónicos Respira, assinam a carta a associação de sobreviventes, familiares e amigos AVC, a Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo e organizações não governamentais pelo controlo do tabagismo.
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