Alternativa Democrática (AD) é o nome da mais recente coligação que irá apresentar-se às próximas eleições autárquicas e que conta, para já, com a participação de três partidos políticos — Nós, Cidadãos, Partido Democrático Republicano (PDR) e Reagir Incluir Reciclar (RIR) — e dois movimentos — Democracia 21 e Mais Cidadãos Independentes.
O acordo foi assinado no final desta tarde e tem como objetivo "assegurar uma maior participação dos cidadãos na vida política" e a "mudança política em Portugal", disse ao SAPO24 o presidente do PDR, Bruno Fialho.
Os responsável pela coligação consideram que "Portugal atravessa um tempo e dificuldades extraordinárias" e que "a uma epidemia global e a uma grave crise económica, junta-se uma crise de confiança política e institucional sem precedentes". Por outro lado, os movimentos cívicos e os partidos sem representação parlamentar são penalizados no debate público - "do tempo de antena reduzido ou nulo até à fraca capacidade económica na realização das campanhas eleitorais face aos grandes partidos" -, o que torna o cenário ainda mais difícil.
Ao contrário, acreditam, "os chamados partidos do poder, que têm assento na Assembleia da República e têm governado Portugal nos últimos 46 anos, tentam reduzir cada vez mais a possibilidade dos restantes partidos e até dos cidadãos de se fazerem ouvir, pelo que é necessário denunciar a falta de cidadania que existe em Portugal".
Nesse sentido, relembram que o "PS e PSD aprovaram um Decreto-Lei na Assembleia da República, publicado em agosto, que tenta aniquilar o direito aos Grupos de Cidadãos Eleitores (GCE) de apresentarem uma candidatura às eleições autárquicas".
Perante esta realidade, os responsável da coligação acreditam que é necessário "proteger a possibilidade de uma maior participação cívica" e "criar uma forma de política arrojada para que nenhum português se sinta discriminado".
Este acordo é o resultado de diversas conversas ao longo dos últimos meses, e poderá vir a incluir a participação de pelo menos mais três forças políticas, todos candidatas às últimas eleições legislativas, pelo que só então será feito o pedido de aprovação ao Tribunal Constitucional.
Para já, Bruno Fialho explica que "não há hierarquias, mas uma comissão interna constituída por representantes dos diversos partidos e movimentos deverá eleger por maioria simples os candidatos" a cada uma das 308 câmaras municipais portuguesas.
Nas últimas eleições autárquicas, realizadas em Outubro de 2017, os grupos de cidadãos independentes conseguiram 17 câmaras municipais e 402 freguesias, quase 7% do total dos votos, motivo pelo qual a Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes (AMAI) exige "uma lei eleitoral mais equitativa", de forma a diminuir as desigualdades nas eleições de 2021.
Embora não seja possível extrapolar para as autárquicas, nas legislativas do ano passado, Nós, Cidadãos, RIR e PDR alcançaram 1,13%, 59.499 votos. Aqui não estão contabilizados os dois movimentos nem os partidos que poderão ainda juntar-se à nova aliança e que, no conjunto, representaram mais cerca de 1,2%, acima de 60.500 votos.
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