A informação foi divulgada esta sexta-feira, com base nos resultados preliminares da investigação, refere o The Guardian.
O incidente levou a transportadora a suspender voos para cinco aeroportos russos, acrescentando-os às duas rotas já canceladas imediatamente após o acidente, devido aos “riscos potenciais para a segurança do voo”.
De recordar que o avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Chechénia, despenhou-se num campo perto de Aktau, no Cazaquistão, a centenas de quilómetros da rota originalmente planeada. Dos 67 passageiros e tripulantes a bordo, 29 sobreviveram.
O chefe da agência russa de aviação civil, Dmitry Yadrov, afirmou que a aeronave tentou aterrar em Grozny enquanto a região sofria ataques de drones ucranianos. “Drones militares ucranianos estavam a realizar ataques terroristas a infraestruturas civis”, declarou na plataforma Telegram, acrescentando que o avião tentou aterrar por duas vezes sem sucesso, sob condições de nevoeiro intenso.
De acordo com Yadrov, o piloto foi orientado a dirigir-se a aeroportos alternativos e acabou por optar por Aktau, onde ocorreu o desastre.
Testemunhos e especulações
Subhonkul Rakhimov, um dos passageiros sobreviventes, relatou ter ouvido um forte estrondo antes de a aeronave entrar em colapso. “Parecia que o avião estava bêbado – já não era o mesmo avião,” afirmou à Reuters. Segundo o seu testemunho, o impacto de estilhaços, possivelmente resultantes de uma explosão externa, foi evidente.
“Vi que o colete salva-vidas estava perfurado. Um pedaço de estilhaço atravessou-o, mesmo entre as minhas pernas,” descreveu Rakhimov, reforçando a hipótese de que a explosão ocorreu fora do avião.
As imagens do acidente mostram a aeronave a despenhar-se no solo e a incendiar-se, com espessas colunas de fumo negro a erguer-se do local.
Fontes norte-americanas e ucranianas levantaram a hipótese de o avião ter sido acidentalmente atingido por um sistema de defesa aérea russo Pantsir-S. Um deputado azeri, Rasim Musabekov, exigiu um pedido oficial de desculpas por parte da Rússia.
“As autoridades russas devem reconhecer o erro, punir os responsáveis, assegurar que não voltará a acontecer e oferecer compensações às vítimas,” declarou à AFP.
Musabekov criticou ainda a gestão do tráfego aéreo na região. “Se defesas aéreas estavam operacionais em Grozny, o espaço aéreo deveria ter sido fechado. Por que não o fizeram?” questionou.
Comentários