Durante o contacto telefónico entre Paris e Baku, Aliev “manifestou a intenção de ocupar-se da livre circulação no corredor”, indicou o Eliseu em comunicado.
Macron manifestou “a suas profundas preocupações face ao aumento da tensão no Cáucaso do sul” e apelou “ao respeito pelo acordo de cessar-fogo de 09 de novembro de 2020”, prossegui a presidência francesa.
“Exortou a que seja garantido o aceso sem entraves às organizações humanitárias e às agências da ONU em direção às populações afetadas”, acrescentou.
O Presidente francês reconheceu a preocupação do seu homólogo sobre a exploração ilegal de minerais na região e ambos sublinharam “a importância pelo respeito das normas em vigor”.
Os dois dirigentes também concordaram em prosseguir, em conjunto com os restantes países e organismos envolvidos, em particular a Arménia e Rússia, nas negociações para garantir “uma solução política duradoura na região”.
Macron e Aliev concordaram em promover um novo contacto telefónico “nas próximas semanas”.
Os combates de setembro passado entre forças militares da Arménia e do Azerbaijão foram os mais graves desde 2020, quando os dois países se confrontaram pelo controlo do Nagorno-Karabakh, foco de conflitos desde que, em 1988, decidiu autonomizar-se de Baku, e quando os dois países ainda estavam integrados na União Soviética.
A Arménia e o Azerbaijão declararam a independência em 1991 e o conflito, que se agudizou nos últimos meses, prosseguiu em torno do enclave do Nagorno-Kharabak, região em território azeri habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos).
Este enclave declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.
Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram importantes confrontos em 2018.
Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra que provocou 6.500 mortos e com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.
Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.
Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminado nos graves incidentes fronteiriços de setembro.
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